Dia 20 de novembro é o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Se existe uma data dedicada somente a isso, é porque há história, luta e muito sangue derramado.
O dia 20 é a data em que Zumbi, após ser traído, foi assassinado em 1695.
Durante um século, o Quilombo dos Palmares foi um território de resistência de pessoas escravizadas que fugiam dos engenhos de cana da Capitania de Pernambuco, além de indígenas. Seu maior líder foi Zumbi, que lutou contra a escravidão, pela liberdade de culto e religião.
Vale destacar que, depois disso, existiram muitas lutas de resistência do povo negro no Brasil, como a Revolta das Carrancas, a Revolta dos Malês e a Revolta da Chibata.
É importante ressaltar o protagonismo dos negros gaúchos pela criação, em 20 de novembro de 1971, em Porto Alegre, do Coletivo Palmares, tendo entre seus fundadores o poeta Oliveira Silveira, Vilmar Nunes, Ilmo da Silva e Antonio Carlos Cortês.
Um dos objetivos era protestar contra o veto a crianças e jovens negros em um clube de Porto Alegre, discutir a situação do negro no Brasil e também instituir uma data para celebrar a cultura negra, pois o 13 de Maio não atendia às aspirações da população negra. Na visão de alguns, essa data representava um momento que celebrava o gesto de uma pessoa branca e membro da família real, o que anulava o protagonismo da luta da população negra na conquista desse direito.
É importante ressaltar que a luta do povo negro é permanente, pois, apesar de algumas conquistas, ainda somos discriminados e, muitas vezes, submetidos a condições sub-humanas de vida, com violência presente em nossos territórios, inclusive por parte do Estado. É o caso, por exemplo, da chacina ocorrida no Rio de Janeiro, Estado que deveria nos proteger e criar condições dignas para nossa existência.
“Existe uma história do negro sem o Brasil. O que não existe é uma história do Brasil sem o negro.”
Januário Garcia