O terceiro e último dia do XVIII Congresso Estadual do Sindisprevrs, realizado neste domingo (14), iniciou com a plenária “O genocídio na Palestina e seu impacto sobre mulheres e crianças”. A palestrante Marina El Hajjar Meneghel, vice-presidente do PSOL/RS e militante do Coletivo Alicerce, abordou o tema.
Marina explicou que o sionismo é uma ideologia política que busca a criação de um Estado Judeu. Sobre a situação em Gaza, a palestrante destacou que 70% das vítimas são mulheres e crianças, questionando a narrativa da grande mídia: “Será que isso é um conflito ou uma guerra? Não, isso é genocídio”, afirmou. Ela também ressaltou o número alarmante de 270 jornalistas mortos em Gaza, um total superior ao de todas as guerras mundiais juntas, e lembrou das mortes de profissionais de saúde.
A palestrante alertou ainda para os efeitos da desnutrição na população palestina, que, segundo ela, está tornando as mulheres inférteis. “Isso é um projeto de extermínio de um povo, porque esse povo é muito aguerrido”, disse. Dados apresentados por Marina indicam que mais de 1 milhão de pessoas passam fome em Gaza, e 500 mil estão em risco de desnutrição. A plenária terminou com uma mensagem de esperança, mencionando movimentos de resistência, como a “Flotilha da Liberdade” e manifestações ao redor do mundo.

Saúde mental e o impacto das novas tecnologias
Em seguida, o congresso realizou a plenária “Saúde Mental: IA’s, novas tecnologias e seus impactos nos servidores públicos federais”, com a psicóloga Mayte Raya Amazarray e o também psicólogo Bruno Chapadeiro.
Mayte abordou as “transformações aceleradas da vida e no mundo do trabalho”, com foco na digitalização, nas inteligências artificiais e no trabalho remoto/híbrido. Ela usou como exemplo o caso de demissão em massa no Banco Itaú, que teria sido baseada na medição de cliques dos funcionários em teletrabalho, destacando a falta de registro real das “horas trabalhadas”. A psicóloga também pontuou os impactos na saúde mental, física e social que o isolamento causado por essas tecnologias pode trazer aos trabalhadores.
Bruno Chapadeiro, por sua vez, analisou os “Impactos na saúde mental dos servidores do INSS”, com base no Programa de Gestão de Desempenho (PGD). Ele destacou os efeitos negativos do PGD, como o aumento da pressão por produtividade, assédio institucional e a cobrança excessiva por metas. Como recomendações, Bruno sugeriu a revisão do PGD, a criação de um comitê para atender servidores em sofrimento psíquico, a suspensão de metas e a implementação de um programa de promoção à saúde mental.

Dados da saúde do trabalhador do INSS
Durante a mesma mesa, a Secretaria da Saúde do Trabalhador do Sindisprevrs (SST) apresentou dois estudos: uma “Autoavaliação do estado de Saúde dos servidores do INSS”, com dados do perfil epidemiológico na Superintendência Sul do INSS, de autoria do próprio INSS e o “Mapa Situacional das Agências do INSS no RS em 2025”, elaborado pela SST.
O “Mapa” revelou dados alarmantes: nenhuma das 94 agências visitadas possui Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndios (PPCI). Além disso, a grande maioria apresenta problemas estruturais, o que causa riscos psicossociais e leva muitos servidores a preferirem o teletrabalho.
Para fortalecer a comunicação com a categoria, a SST também divulgou o hotsite Fala Servidor – https://falaservidor.com.br/ -, um novo canal para denúncias e diálogo entre o sindicato e os servidores.

Mesa de Encerramento e Assembleia Geral Estatutária
A plenária final do XVIII Congresso Estadual do Sindisprevrs foi para a leitura e aprovação dos relatórios dos Grupos de Trabalho.
Na sequência ocorreu a Assembleia Geral Estatutária do SindisprevRS, dando fim aos trabalhos.
