Neste sábado (13), segundo dia do XVIII Congresso Estadual do SindisprevRS, a programação iniciou com a plenária de conjuntura: “A crise, a defesa das liberdades democráticas e a construção de uma alternativa dos trabalhadores”, com a participação do economista, pesquisador e professor, Plínio de Arruda Sampaio Jr., e do professor e mestre em Ciências Sociais, Rogério Silva.
Na sua fala, Plínio Arruda Jr. enfatizou uma das suas principais preocupações frente ao cenário político atual. “Nós estamos em uma correlação de forças que está muito a favor da direita. O debate nacional está completamente refém do capital. Agora eles estão dizendo que é preciso de ajuste fiscal, nova reforma administrativa, reforma trabalhista, tudo que não beneficia os trabalhadores”.
Complementando a mesa, a fala de Rogério Silva foi na mesma linha, ressaltando a urgência da criação de uma nova alternativa. “Nós estamos vivendo o declínio do capitalismo e temos a urgência de criar o novo. Precisamos de um novo ciclo de organização popular. A organização popular de hoje em dia está muito fraca. Nós temos um problema no conjunto dos movimentos sociais”.
Na sequência, ocorreu a plenária “A crise da Seguridade Social no Brasil”, com a participação da professora e palestrante na área do direito da seguridade social, Marilinda Marques Fernandes, e da enfermeira especialista em saúde da família, Laurianna Vieira.
Em uma parte da sua fala, Marilinda abordou a digitalização do INSS. “Não negamos que a digitalização desburocratizou o INSS, mas com um preço muito caro para os servidores e segurados. A categoria está muito doente e precisamos criar mecanismos para cuidar da sua saúde. Assim como a ausência de concursos para novos servidores diante do volume de aposentadorias a partir de 2017, também gera sobrecarga de trabalho para o quadro atual”.
Já Laurianna Vieira fez uma linha do tempo do SUS e de como ele foi construído através da luta coletiva. Ela também demonstrou preocupação com o futuro da Saúde. “O SUS se tornou um projeto privatista, nós estamos vendo um sistema que mal se estruturou e já sofre com ataques de empresas e privatizações. Quais projetos de saúde nós temos hoje?”
Na parte da tarde, a primeira plenária foi “Reforma Administrativa: os impactos na vida dos trabalhadores e aposentados do serviço público”, com a palestra do advogado Thiago Cecchini Brunetto e uma participação em vídeo do professor de sociologia, Ricardo Antunes.
Em um trecho da sua manifestação, Thiago lembrou que já foi feita uma tentativa de reforma administrativa em 2020, com a PEC 32. “As premissas utilizadas na PEC 32 são as mesmas premissas que são apresentadas para a reforma de 2025. O Grupo de Trabalho (GT) para a reforma administrativa foi composto majoritariamente por deputados de direita e sem que exista um projeto básico. Um GT que nos seus trabalhos chamou para participar as entidades da sociedade civil que fazem parte do projeto neoliberal”.
Ele também ressaltou como o ataque à estabilidade dos servidores é perigoso. “A estabilidade é uma proteção da sociedade e não dos servidores”, finalizou, lembrando que “a reforma administrativa de 2025, assim como a de 2020, não toca nos militares”.
A última plenária foi sobre Inteligência Artificial, “Trabalho e tecnologia: dos novos meios produtivos à Inteligência Artificial”, que teve como palestrante o doutor em história Walter Lippold e a participação online do Doutor em Ciência Política Sérgio Amadeu da Silveira.
Após trazer um cenário preocupante sobre a realidade das big techs, Walter disse ainda nutrir uma esperança sobre as tecnologias. “As big techs não são potências benevolentes, são corporações ligadas aos interesses militares, econômicos e acadêmicos americanos. Mas existe esperança, como o núcleo de tecnologia do MTST, os debates sobre o assunto em sindicatos e organizações sociais e coletivas”.
Após as plenárias, os congressistas se reuniram em Grupos de Trabalho para debates e organização da luta que visa o futuro da categoria.



















