O Sindisprev-RS promoveu um debate, nesta sexta-feira (13), sobre a data na qual a história estabelece como o marco abolicionista no Brasil. Coordenada pelos diretores da Secretaria de Gênero e Combate à Discriminação Racial – Jaime Ferreira, Silvia Vieira e Nilza Chagas-, a mesa apresentou um panorama cronológico da chegada dos negros escravos no país, o levante contra a escravidão em outros povos pelo mundo e as condições a que foram e são submetidos os negros no Brasil.
O advogado Jaime Ferreira não considera a Lei Áurea, promulgada em 1888, como uma legislação que buscou, de fato, a libertação e a igualdade para o povo negro. “Não dá para considerá-la uma lei. Qual lei, no mundo, tem apenas dois artigos?”, questionou o diretor. Ele lembrou que, de 1888 a 1943, os negros brasileiros continuavam a ser cerceados de direitos básicos, como o trabalho.
“Nessa época, os negros não tinham o direito de trabalhar livremente. Aos negros eram demandados subempregos, ou seja, tarefas que continuam a “aprisionar” o trabalhador. Muitas delas observamos até hoje, cotidianamente, como os carroceiros. Naquela época, como não existia sistema de esgoto, eram os negros que recolhiam os dejetos em via pública”, lembrou Ferreira.
Na palestra, realizada na sede do Sindisprev-RS, em Porto Alegre, fatos históricos elucidaram o declínio de regimes escravistas. A Revolução Industrial, entre os séculos 18 e 19, foi um dos momentos que, associada à Revolução Francesa, contribuiu para levantes. “A Revolução Francesa tinha uma posição contrária à escravidão”, ressaltou Jaime Ferreira.
Para o público composto por militantes negros, aposentados e convidados, foi apresentada a importância da Revolta de São Domingos, no Haiti, no início do século 19, como um dos mais importantes levantes pelo fim da escravidão e independência. Foi a primeira república governada por um povo de ascendência africana. Ouça um trecho da palestra do Diretor Jaime Ferreira.
Imagens
