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42 milhões de pessoas não têm acesso à internet no Brasil

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Levantamento da Universidade Federal de Minas Gerais reforça denúncias realizadas pelos servidores públicos.

 

Através de um levantamento realizado com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) revelou um número que surpreendeu a sociedade, mas que já vinha sendo denunciado pelos Servidores Públicos, em especial do INSS. O estudo mostra que 20% dos brasileiros não tem acesso à internet.

O assunto está em pauta, pois a liberação da renda emergencial, no valor de R$ 600,00, precisa ser realizada via meios digitais. O governo disponibilizou um aplicativo para celular e também um site onde o cadastro deve ser realizado. Ocorre que 42
milhões de brasileiros não tem acesso à internet. O problema da falta de acesso aos canais remotos apareceu rápido e pode ser uma pequena amostra do que virá quando esses mais de 40 milhões de trabalhadores precisarem ter acesso à aposentadoria.

No dia 24 de janeiro deste ano, no Dia da Previdência Social e Dia Nacional do Aposentado, o SindisprevRS promoveu uma ação em frente a agência do INSS no centro de Porto Alegre. Uma força tarefa de servidores aposentados, servidores que estavam de férias ou que vieram em horário inverso ao horário de trabalho, atendeu mais de 300 pessoas com serviços que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) não permite que sejam realizados nas agências.

Centenas de pessoas não tinham acesso à internet, logo não conseguiam usar o aplicativo “Meu INSS”, canal por onde – num futuro próximo – esses mesmos 40 milhões de brasileiros não conseguirão encaminhar suas aposentadorias, um processo muito mais complexo do que o exigido atualmente para ter acesso à renda emergencial onde é necessário o preenchimento de um formulário com nome completo, nome da mãe, CPF e endereço.

Através de uma política nefasta de fechamento de agências para redução de custos, para evitar a realização de novos concursos entre outras experiências irresponsáveis, o INSS vem sendo utilizado como um teste piloto do que será a Reforma Administrativa. Em nome do ultraliberalismo econômico, o governo Bolsonaro decidiu excluir milhões de brasileiros do direito de se aposentar, primeiro com a Reforma da Previdência, que
aumentou o tempo de contribuição, e também com a ajuda da Reforma Trabalhista herdada do governo Temer, mas que contou com total apoio e voto do então deputado Jair Bolsonaro em 2017.

Com um discurso de que é preciso modernizar o INSS e que o caminho são os meios digitais, o que Leonardo Rolim, presidente do INSS, não poderia prever é que a crise do coronavírus escancara um problema seríssimo de falta de acesso à internet que atinge milhões de brasileiros. Problema denunciado por todos os servidores do Instituto e demais entidades que representam os trabalhadores.

A pesquisa revela que 17 milhões de pessoas, são domiciliadas em locais onde nenhum morador de sua casa se quer acessa a internet. A maioria, 76% vive fora das regiões metropolitanas.

Como essas pessoas terão acesso à aposentadoria se todas as agências estiverem fechadas como quer Rolim, Paulo Guedes e Bolsonaro? Como esses 54% de entrevistados que são os responsáveis pela renda da família, e que não tem acesso à rede mundial de computadores, irão encaminhar suas aposentadorias?

A resposta pode ser a mesma para questão da renda emergencial. Como essas pessoas receberão o R$ 600,00? Não receberão. Sem o cadastro, sem dinheiro. Assim como a aposentadoria.

A Covid-19 denuncia sem piedade o desmanche que o SUS vem sofrendo, a necessidade de defesa dos serviços públicos como um todo, além de expor as mazelas sociais ignoradas pelo governo Bolsonaro.

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