Mesmo que o Ministério do Trabalho e Emprego aponte queda no número de óbitos em acidentes de trabalho no país em anos anteriores, os dados são impressionantes no RS. Em 2008, de acordo com levantamento dos Ministérios da Previdência Social e do Trabalho, 62 mil trabalhadores gaúchos se acidentaram enquanto desempenhavam suas funções. Falta de equipamentos, negligência das empresas e falta de servidores do ministério para fiscalizar obras e locais de trabalho estão entre as causas. Em Porto Alegre, nesta segunda-feira (23), o pintor Benitez Cavalheiro da Veiga, de 23 anos, (foto) teve diversas fraturas após a queda de uma altura de 7 metros no prédio do Museu de Comunicação, no centro da cidade. Em 2008, a Capital gaúcha registrou quase 12 mil acidentes.
Para a diretora do Sindisprev-RS, Maria Júlia de Moura, a falta de concurso público para ampliar o número de fiscais do trabalho e da saúde é uma problemática que promove a negligência e a impunidade nas empresas responsáveis pelas construções. "Quanto mais servidores, maior será a possibilidade de um trabalho preventivo e de fiscalização. Por isso, o governo federal tem de fazer concurso público, além de ampliar as condições de trabalho para os atuais servidores", disse a diretora do Sindicato dos Trabalhadores Federais da Saúde, Trabalho e Previdência no Estado (Sindisprev-RS). Em 2008, 12 mil brasileiros ficaram incapacitados fisicamente após serem vítimas de acidentes de trabalho.
Conforme a Seção de Segurança e Saúde da Superintendência Regional do Trabalho, o Estado conta com 200 auditores, sendo que somente 80 estão direcionados para a área de segurança e saúde. Por ano, os trabalhadores fiscalizam uma média de 10 mil empresas. A falta de estrutura e o volume excessivo de demanda fazem com que os trabalhos de fiscalização e prevenção fiquem prejudicados.
Foto: Vinicius Roratto/Correio do Povo
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