Pela VIDA das Mulheres!
Pela vida e integridade física e psicológica das mulheres. De todas. Da mulher negra, da mulher trans, da mulher mãe solo, da mulher indígena, da mulher lésbica, da mulher com deficiência, da mulher trabalhadora do campo e da cidade, da mulher imigrante, da mulher que batalha e da mulher que dá voz às que não têm.
O 8 de março (8M) é a data em que se traz à tona o debate sobre as mulheres, suas lutas por igualdade, respeito e dignidade. O mundo todo faz referência a esse dia. Vale lembrar que, na história do mundo do trabalho, aguerridas mulheres de uma fábrica nos EUA, no início do século XX, reivindicaram melhorias nas condições de trabalho e redução da jornada. Desde então, já se referenciava a necessidade de se organizarem em torno de suas bandeiras pela emancipação e igualdade de gênero. As conquistas devem, sim, ser comemoradas, porém há muito a fazer ainda. Nas reuniões de preparação do 8M em Porto Alegre, foram discutidos pontos como o combate à violência contra a mulher, o enfrentamento ao nazismo e ao racismo, a luta contra a privatização e terceirização, a defesa da legalização do aborto, a denúncia dos feminicídios no Rio Grande do Sul e a necessidade de políticas de moradia. Também foram pautadas questões como a emergência climática, a luta das mulheres trans contra os fascistas e a denúncia do sionismo no Brasil, reforçando o chamado por uma Palestina livre. O mote central escolhido este ano foi a luta pela vida das mulheres contra a extrema direita, a escala 6×1 e o negacionismo climático.
A discriminação e a opressão do capital têm ação direta, seja no trabalho, nos estudos ou no dia a dia das mulheres. Mas são, sobretudo, as mulheres negras, trabalhadoras e de periferia as que mais sofrem com a falta de transporte coletivo, com as filas nos postos de saúde/hospitais e na busca de creches e escolas em tempo integral para seus filhos, pois é à mulher que está designado o cuidado da família, em sua imensa maioria. Esse dia também expressa a luta pela divisão dos cuidados e das tarefas domésticas, já que as mulheres exercem tripla jornada: o trabalho doméstico invisibilizado, o cuidado com a família (marido, filhos, pais e sogros) e o trabalho remunerado fora de casa, além da carga mental atrelada a tudo isso. Embora as mulheres tenham conquistado espaços no mercado de trabalho e já sejam a maioria nas salas de aula das universidades, muitas vezes atuam em jornadas exaustivas 6×1, onde a mulher tem somente o domingo livre, inexistindo tempo para lazer e descanso, já que é o dia em que a mesma aproveita, por exemplo, para fazer a comida da semana ou a faxina da casa, impactando diretamente sua saúde mental e física, comprometendo sua produtividade e qualidade de vida.
Para agravar ainda mais este panorama, a violência de gênero continua sendo uma das maiores formas de opressão enfrentada pelas mulheres, refletindo-se em diversas situações trágicas, como agressões físicas, psicológicas e sexuais, além do assédio no ambiente de trabalho. A cada seis horas, uma mulher morre no Brasil vítima de feminicídio. A violência ainda é maior quando estudos realizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que uma em cada três mulheres sofre violência física e/ou sexual (considerando que é um número totalmente subnotificado), o que ocasiona sequelas muitas vezes irreversíveis. Mulheres de todas as raças, de todas as classes sociais, sofrem em silêncio, inclusive tendo sua palavra questionada quando decidem denunciar. Com a eleição de Trump nos EUA, o imperialismo ganhou força com sua agenda nacionalista e conservadora, aprofundando, assim, os ataques às comunidades de imigrantes, às mulheres e às minorias LGBTQIA+, gerando um crescente ódio e tirania em todo o mundo, especialmente nos países onde a desigualdade de gênero é mais acentuada. Estudos têm comprovado que o percentual de feminicídios aumentou assustadoramente por conta do machismo crescente com ideologias de extrema direita, principalmente em países com maior desigualdade de gênero, como Afeganistão, Síria, Iraque, entre outros (sem esquecer dos países latinos e sua cultura e mentalidade machista). Esses números são um reflexo de uma sociedade que ainda falha em garantir a segurança e os direitos básicos das mulheres, impondo-lhes uma rotina de medo, insegurança e vulnerabilidade.
Com a falta de políticas públicas eficazes, de projetos legislativos, a morosidade do Poder Judiciário e a continuidade de normas culturais machistas, as dificuldades têm sido crescentes, deixando desassistida uma parcela significativa da população, perpetuando essa triste e revoltante realidade. Por todas essas questões, se dá a importância da data de hoje, comemorando, denunciando e renovando nosso compromisso de continuar na luta, unidos por um mundo onde as mulheres possam VIVER sem medo, com igualdade de oportunidades e direitos, em um mundo mais justo para todos. Todos e todas às ruas no 8 de março!
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Para marcar o dia das mulheres, o SINDISPREVRS promoverá no dia 20/03 um evento em sua sede. Maiores detalhes serão divulgados em nossas redes nos próximos dias, acompanhe!