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A classe trabalhadora incendiou Brasília contra Temer e suas reformas

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O dia 24 de maio já está registrado na história de lutas da classe trabalhadora brasileira. Mais de 150 mil pessoas, de acordo com os organizadores, de diversas regiões do país, rumaram a Brasília em uma grande marcha para dizer que não aceitam o governo ilegítimo de Michel Temer e as reformas da Previdência e Trabalhista que ele tenta aprovar. Organizada pelas Centrais Sindicais e impulsionada pela força da vitoriosa greve geral de abril, a manifestação teve a força de milhares de jovens estudantes, trabalhadoras/es do campo e da cidade, aposentadas/os e militantes de organizações políticas.

Concentrada no estádio Mané Garrincha desde o início da manhã de quarta-feira, a multidão agitou suas bandeiras, entoou gritos de protesto por eleições diretas já exigindo que o povo decida e deixou claro que não aceita a retirada de direitos que o governo tenta impor à classe trabalhadora. Por mais de seis horas, manifestantes marcharam em direção à esplanada dos ministérios, para ecoar sua indignação aos parlamentares e à grande mídia. O governo de Temer, no entanto, armou um forte aparato de segurança, com barreiras policiais montadas para impedir que a caminhada avançasse. Logo na primeira barreira, a polícia agiu com violência, seguindo ordens para que não permitisse que a marcha chegasse até a praça dos três poderes.

Resistiram à cavalaria, às incontáveis bombas de gás lacrimogênio, aos tiros de balas de borracha e ao uso de munição letal. A repressão foi forte, mas a resistência da população foi mais forte ainda. No dia 24 de maio, Brasília esteve ocupada pelos setores da sociedade que mais estão sendo prejudicados pelo projeto da elite política nacional que quer entregar nossos direitos aos grandes empresários do capital.

A energia e disposição para a luta vistas no 24M não foram espontâneas. Resultaram do processo de tomada das ruas contra esse governo e seus ataques, que ocorre desde 2016. As manifestações articuladas no mês de março de 2017 (8-03, 15-03 e 31-03) e a histórica greve geral do dia 28 de abril impulsionaram a ocupação da capital federal. Se é verdade que o governo e sua base aliada tentam se blindar dos protestos por meio de instâncias do judiciário e da segurança nacional, também é verdade que sentiram tremer suas estruturas nos últimos meses.

Prova disso foi o decreto que Temer assinou, no dia 24, autorizando as Forças Armadas a irem para as ruas, “pela garantia da lei e da ordem”. Acuado pelas denúncias de corrupção e pela enorme rejeição que tem diante da população, o presidente intensifica a repressão e a criminalização para com movimentos sociais, organizações políticas e todas/os aquelas/es que se colocam contra as reformas.

A marcha para Brasília, além dos atos que estão acontecendo nas grandes cidades do país, demonstram a força e a disposição de luta da classe trabalhadora. É certo que a velocidade de tramitação das reformas de Temer sofreu impacto por conta da pressão das ruas. Mas a elite política e a burguesia já deixaram claro que se o atual presidente se mostrar incapaz de aplicar a agenda de reformas da Previdência e Trabalhista, trabalharão para substituí-lo por outro que consiga efetivar esse projeto.

E é nesse sentido que se faz necessário dar continuidade e fortalecer esse processo de luta e resistência. Ocupar as ruas é fundamental. Mas é imprescindível a construção de uma nova greve geral, ainda maior e mais consistente. Uma greve geral de 48 horas, que paralise a produção do país e que alicerce o terreno para que as reformas sejam, de fato, barradas. Michel Temer e seus aliados da Câmara e do Senado não possuem mais condições de governar e aprovar medidas para cima de quem trabalha. Eles têm que ser derrotados e essa derrota precisa ter as mãos da juventude e da classe trabalhadora. A população precisa decidir, por meio de eleições diretas já. 

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