A aprovação da Reforma da Previdência foi mais um passo do governo e elites brasileiras rumo ao país perfeito! Mas só para eles, não para nós. A revolta popular que explodiu no Chile mostra que essas reformas em busca da “estabilidade macroeconômica" e “equilíbrio fiscal” não salvam o povo da crise.
Assim como tem ocorrido no Brasil, o Chile passou por diversas Reformas nos últimos 40 anos que aprofundam o neoliberalismo. O país é referenciado como um modelo a ser seguido pela América Latina por economistas neoliberais, entre eles nosso ministro da Economia, Paulo Guedes, que declarou que utilizaria “segredos” do Chile para ascender a economia brasileira.
Mas o povo chileno agora grita para o mundo que o “milagre econômico” é construído em cima da superexploração de trabalhadores sem direitos. Mesmo com a crise, o Chile cresceu 4% em 2018, enquanto o Brasil crescia 1%. Mas os números não traduzem a realidade.
O Chile é um país onde reina a desigualdade, assim como o Brasil. Lá, o 1% mais rico da população detém mais de 25% da renda. Viver é caro e o trabalho é desvalorizado. Até a água é privatizada. Educação, saúde e aposentadoria são serviços que a população só pode acessar se tiver como pagar.
Aqui no Brasil, a Reforma da Previdência é uma decisão política no mesmo sentido, que coloca o lucro em primeiro lugar: retroceder na Seguridade Social da população para seguir pagando os juros e amortizações da dívida pública e garantir os negócios dos grandes empresários. E a capitalização, que falhou em 60% dos países que a adotaram (de acordo com estudo da OIT em 2018), não saiu dos planos da equipe econômica de Bolsonaro.
As lutas no Chile começaram pelo transporte, mas “não são só por 30 pesos”, assim como as lutas que aconteceram em 2013 no Brasil, antes da Copa do Mundo, não foram “só por 20 centavos”. Em ambos os países, é preciso que os trabalhadores assumam o controle de suas vidas e governem por uma sociedade com dignidade para todos.
O presidente do Chile, Sebastián Piñera, diz que está lutando contra um “inimigo poderoso”. Nisso ele está certo. O povo tem o poder de mudar os rumos da história quando reconhece seus inimigos e luta por seus direitos!