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Carta aos (às) colegas do INSS

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 Colega,

Dizem que o ano começa depois do carnaval e que janeiro e fevereiro são meses de férias.  Mas quem tirou férias nesse período sentiu na pele que a situação no INSS não para de se agravar. As cobranças e os ritmos de trabalho crescem o tempo todo, e as condições de trabalho se degradam de tal forma que, além da falta de pessoal, treinamento adequado e sistemas, o assédio moral transformou-se numa endemia.

Nem mesmo a estrutura física das unidades é garantida, a ponto de equipamentos de ar- condicionado comprados há 3 anos estarem ainda nas caixas, enquanto servidores enfrentam as temperaturas deste verão escaldante, como em São Lourenço do Sul. Tetos de agências despencam, colocando em risco servidores e segurados, como aconteceu na APS de Torres.

Os trabalhadores com avaliações institucionais e individuais próximas a 100 pontos são colocados à disposição, além de serem humilhados em reuniões de equipes por chefes despreparados, sádicos e a serviço do aparelhamento da instituição pelo partido do governo e seus auxiliares, como se assistiu em Porto Alegre.

Em termos de dinheiro, a sensação de que dá para ir levando vai escorrendo pela mão com o aumento da inflação dita de 5,91% segundo o IPCA-IBGE,  quando a inflação nos preços dos serviços fechou 2013 em 8,75% frente aos 5% de reajuste que recebemos este ano.

A rigor, o que temos é redução de salário com o aumento abusivo da GEAP e outros planos de saúde, para não falarmos dos colegas do INSS que, para garantir aposentadoria integral, terão mais um custo: o pagamento de um plano de previdência complementar.

Não há noticias de negociação das nossas reivindicações por parte do Ministério do Planejamento, que é quem realmente decide com o aval da Casa Civil. Não há previsão para a reestruturação das tabelas nos equiparando, por exemplo, com as carreiras de gestão; não há discussão do plano de carreira; nenhuma noticia para a solução para o estabelecimento da carga horária de 30 horas para todos os servidores, independente de metas ou outras exigências. Não há disposição por parte do governo para negociação séria.

O que há é a tentativa louvável do Diretor de Gestão de pessoas do INSS e Presidente do CGNAD – Comitê Gestor Nacional de Avaliação de Desempenho, José Nunes ,  de fomentar uma discussão sobre:

– incorporação da GDASS aos proventos de aposentadoria pela média dos últimos 5 anos;

– incorporação gradual de valor equivalente aos 80 pontos da GDASS ao valor do vencimento básico;

– Adicional de qualificação;

– Progressão funcional em 12 meses;

Apesar de positivo essa inciativa, não representa, até o momento, uma posição do Presidente do INSS, do Ministro da Previdência Social e, como já relatamos, muito menos dos Ministros do Planejamento e da Casa Civil.

Pode, portanto, ser uma inciativa genuína do responsável pela “gestão” de pessoas do INSS para resolver os problemas que enfrenta todos os dias, e via o CGNAD sensibilizar o comando político que tem poder de decisão e negociação, como também pode ser uma inciativa louvável que vai ser utilizada por esses mesmos agentes políticos para nos iludir e desmobilizar.

A FENASPS, em Plenária Nacional no começo de fevereiro, decidiu reapresentar a nossa pauta de reivindicações e indicar aos sindicatos estaduais GREVE NACIONAL POR TEMPO INDETERMINADO, em Abril, de forma a acompanhar os indicativos de greve dos servidores públicos federal por conta da Campanha Salarial 2014. Já há discussão adiantada de greve nas universidades e em diversos órgãos do serviço público federal.

Não haverá conquista se a nossa mobilização não for forte e decidida. O país está nas ruas protestando contra as mazelas produzidas pelos governos de Fernando Henrique, Lula e Dilma. Assim como os governos de Sarney e Collor, assim como os da ditadura militar, nada mais fizeram do que manter os privilégios daqueles brasileiros que fazem parte do 1% da humanidade que controla 50% do PIB mundial.

Esses são os governos que, para manter esses privilégios, destroem sistematicamente a saúde, a educação, a previdência e fragilizam os direitos constitucionais dos cidadãos para controlá-los com programas sociais compensatórios como a Bolsa Família.  São governos que não negociam com os trabalhadores, criminalizam quem luta – como fizeram com a nossa greve em 2009 – e invertem a realidade apresentando os servidores públicos, os aposentados, e os trabalhadores organizados como marajás.

Para essa gente, ganhar um salario digno é privilégio, e ser classe média é receber alguma coisa a mais que dois dólares por dia. Chega de abuso e exploração. Está mais do que na hora dos homens em Brasília escutarem a voz dos trabalhadores do INSS.

Todos a Assembleia do dia 8 de março no SINDISPREV-RS. Às 19h30!!! A força da nossa união será a nossa vitória.

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