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CARTA DE MONTENEGRO

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Às 10 horas do dia 26/08/2015, na APS Montenegro, foi realizada reunião dos servidores grevistas do INSS da Gerência Executiva de Novo Hamburgo. Compareceram 20 colegas representando as agências da região (SÃO LEOPOLDO, ENCANTADO, ESTRELA, MONTENEGRO, TAQUARI e PORTÃO). A finalidade do encontro era debater o atual momento da greve e discutir sobre as ações já realizadas e o que ainda está por vir nesta que é uma das maiores greves da história do INSS.

Dentro desse contexto, ficou nítido um sentimento comum entre todos: “a necessidade de mudança da instituição”. Sentimento esse que é maior do que qualquer valor financeiro de recomposição de perdas inflacionárias, que nos move e nos mobiliza em busca de condições de trabalho dignas e uma estrutura condizente com a responsabilidade que carregamos, tendo a certeza de que precisamos de condições melhores para atender com qualidade um público que merece nossa total atenção e cordialidade.

Acreditamos que podemos trabalhar de acordo com a nossa realidade e não de acordo com metas inatingíveis nas condições atuais de trabalho estipuladas por uma cúpula de gestores que desconhece (ou finge não conhecer) a estrutura e a capacidade de oferta de serviços pelas agências. Gestores que querem ver números irreais apenas para satisfazer o seu ego em uma disputa de quem é o melhor em fazer maquiagem, não se importando que tais números sejam alcançados a custa da saúde física e mental de sua mão-de-obra.

Sentimento de revolta:

Nos revolta não termos copos plásticos para oferecer aos segurados e papel para secar as mãos.

Nos revolta termos que usar sistemas que toda hora estão fora de operação ou apresentando críticas.

Nos revolta sabermos que existem agências atendendo a enorme demanda de segurados sem a lotação ideal.

 Nos revolta termos que nos atualizar por conta própria e fora do horário de trabalho, tendo em vista que não temos suporte/treinamento para nos aperfeiçoarmos e nos adaptarmos às mudanças no sistema e na legislação previdenciária que ocorrem constantemente.

Curso a distância sem disponibilidade de horários, sim, temos que fazer isso em casa (na nossa hora de lazer), pois durante o expediente temos que alcançar índices longe de nossa realidade de trabalho que nos sugam toda energia e transbordam nossas horas de trabalho.

Nos revolta nos sentirmos desvalorizados e sem o devido reconhecimento que merecemos e em consequência ver tantos colegas trocando o INSS por outros órgãos do governo em busca de tal valorização e respeito.

Nos revolta essa falsa democracia da instituição, quando diz que a participação nas reuniões nos planos é para todos, ao mesmo tempo em que não permite fechar as agências para tal.

Nos revolta termos colegas trabalhando 40 horas enquanto outros trabalham 30 horas.

Ao final da greve, não queremos nos adequar a metas fora da realidade. O que queremos é adequação à nossa realidade de trabalho. Não sabemos qual será o resultado de nossa greve, quais reivindicações serão atendidas, como terminarão as negociações… Porém, temos certeza que o saldo já é positivo, pois, neste momento, fortalecemos nossa categoria, estamos mostrando a nossa força e nos unindo em prol de um bem comum a todos.

Por fim, chegamos a um entendimento de que é necessário construir uma agenda positiva, independente do resultado alcançado nesta greve, tal como: a constituição de grupos representativos por gerências com a finalidade de definirmos procedimentos comuns com vistas a resistir ao assédio moral.

Basta de assédio moral, chega desta gestão do medo.

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