O tema central dos debates de sábado à tarde foi o assédio moral no ambiente de trabalho. A psicóloga do Sindisprev RS, Dra. Fabiane Konowaluk S. Machado, iniciou sua palestra com um vídeo satirizando situações cotidianas enfrentadas pelos trabalhadores. O personagem Terry, contratado pela chefia, era responsável por ações agressivas, coagindo os colegas. As cenas, retratadas com humor, levaram a plateia a identificar condutas de assédio moral vividas no seu dia a dia.
O serviço público importou o modelo gerencialista da excelência, sem adaptá-lo à realidade brasileira, especialmente às particularidades do serviço público. Com o tempo, outros conceitos foram agregados, mas o planejamento continuou sendo feito de forma vertical, sem muita participação dos servidores. A consequência foi a adoção de métodos ineficazes, que hoje causam exaustão profissional, ansiedade generalizada e outras patologias.
Fabiane destacou que a Secretaria de Saúde do Trabalhador do Sindisprev RS oferece apoio a quem estiver sendo assediado no ambiente de trabalho. “É preciso romper a lógica da permissividade e da apatia e combater a banalização da violência psicológica”, ressaltou. Violência esta que pode vir sob a forma de ameaça, assédio, bullying e/ou mobbing.
A servidora pública Loremar Nunes compartilhou com os presentes a situação de assédio moral que viveu justamente na Seção de Segurança e Saúde no Trabalho do ministério, cuja missão é preservar a saúde física e mental dos trabalhadores. Emocionada, relatou que o sonho de ingressar no serviço público virou um pesadelo.
Loremar presenciou dentro das instituições o quanto os marcadores de gênero e raça se dão de maneira agressiva e intolerante. “As mulheres, os negros e LGBTs são os mais perseguidos. Olhem para o colega, tudo é uma questão de respeito e empatia. Estou aqui para que vocês entendam a importância de procurar ajuda”, reforçou.