A secretaria de gênero e combate à discriminação racial do SINDISPREV, promoveu nesta quinta e sexta-feira (04 e05 de agosto) o Seminário de Reparações.
O Seminário discutiu a questão a reparação ao povo negro, no Brasil, que sofre os estigmas da escravidão implementada há 500 anos pelo colonialismo europeu, bem como a criação de um Comitê de Reparações. O seminário reuniu cerca de 100 pessoas, e trouxe painelistas do Movimento Negro Unificado, do SINDISPREV – RJ , e um jornalista do movimento de reparação de Senegal.
Segundo a diretora da Associação de Moradores da Vila Operária de Duque de Caxias do Rio de Janeiro, a Leninha, o movimento de reparação é autônomo de entidades e partidos, e busca "a reconstrução da definição de estado e nação, pois o estado tem concepção europeia, em que o negro fica de fora”, salienta Leninha. O professor Yedo Ferreira ressalta a diferença entre a ação afirmativa para negros e a reparação- em que a primeira diz respeito ao que o estado propõe para determinado segmento social, enquanto a reparação é o coletivo que sofreu a opressão diz o que tem de ser feito. Nesse sentido, Yedo coloca a importância da união e da mobilização pela reparação, pois o estado precisa reparar os 500 anos de opressão que os negros sofrem, no Brasil. “O estado é responsável, pois o estado é permanente. Ele fica escondido devido ao modelo, culpabilizando apenas o governo”, diz o professor.
Para que o movimento de reparação dê certo, todos os negros devem ter este sonho, lembra Yedo. Leninha brinca que devemos ter a discussão da “reparação no café-da-manhã, no almoço e na janta”. Dessa forma, foi aprovado a criação do Comitê pela Reparação, neste 05 de agosto, no SINDISPREV-RS, com vistas a conscientização da Reparação, mobilização nacional e coleta de assinaturas para Emenda Popular pela Reparação.
O Seminário de reparações é um encaminhamento tirado pela agenda da secretaria de Gênero e Combate à Discriminação Racial da FENASPS, que deverá estar promovendo um encontro a nível nacional.
