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Coronavírus vai escancarar os problemas sociais brasileiros

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É hora de o mundo todo questionar a forma de produzir a vida e suas prioridades.

Enquanto nossos governantes e ministros preocupam-se primordialmente com os impactos políticos e econômicos do coronavírus, a ampla maioria dos brasileiros sentirá consequências que os números serão insuficientes para quantificar. A nova pandemia atinge a saúde da população mundial, mas mais que isso, vai intensificar problemas estruturais que vêm sendo negligenciados.
 

A mortalidade em decorrência do coronavírus é relativamente baixa – 3 a cada 100 pessoas contaminadas morrem. Mesmo assim, a orientação do Ministério da Saúde é ficar em casa e tomar precauções de higiene para controlar os índices do contágio. Isso porque que o Sistema Único de Saúde não está preparado para enfrentar uma grande onda de internações – 95% dos leitos de UTI que existem hoje no SUS estão ocupados.
 

A “quarentena”, entretanto, é direito quase inalcançável para a maioria, a começar pela moradia: em 2015, mais de 100 mil pessoas moravam nas ruas em todo Brasil, número que aumentou junto dos índices alarmantes de desemprego, “bico” e informalidade. As atuais condições trabalhistas, por sua vez, obrigam os trabalhadores a se exporem diariamente ao risco do contágio para poder garantir seu ganha-pão.
 

Além disso, 60% da população brasileira tem renda inferior a um salário mínimo (dados referentes a em 2018), e certamente terá dificuldades em garantir sua subsistência e ainda acessar continuamente os cuidados necessários com sabão e álcool gel. Com mais da metade da população sem acesso à água potável no Brasil, ter água para beber pode ser considerado privilégio e lavar as mãos com frequência é medida impossível para muitos.
 

Nessas condições, é inegável que o Brasil terá uma explosão de casos e dificuldade de oferecer tratamento adequado, onde a população marginalizada será a principal atingida. A pandemia serve de alerta: mais do que nunca, é preciso revogar imediatamente o "Teto de Gastos" que limita investimentos sociais no Brasil. E investir em um plano emergencial de fortalecimento do SUS, vigilância sanitária e assistência. Basta da política que nos mata e deixa morrer, todas as vidas devem ser salvas!

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