A política de Trump no enfrentamento à pandemia não funcionou, mas Bolsonaro insiste em imitá-la.
O Jogo da imitação de Bolsonaro e Trump, já está custando milhares de vidas brasileiras. Essa não é uma opinião.
Em 17 de março, exatos trinta dias atrás, o Brasil registrava sua primeira morte por Covid-19. No dia 25 de março, Jair Bolsonaro fez um pronunciamento em rede nacional que, a exemplo do presidente americano, minimizava os efeitos da pandemia.
Naquele dia o país registrou 57 mortes.
Um mês após o primeiro óbito, o Brasil registra 2.141 mortes, 217 somente até às 18 horas do dia de hoje. O número confirmado de casos é de 32.682.
Os norte-americanos registraram um recorde mundial de mortos em 24 horas. Foram 4.491 mortes pelo novo coronavírus, segundo a contagem em tempo real da Universidade Johns Hopkins. A pandemia menosprezada por Trump já levou a vida de mais de 33 mil americanos.
Ainda assim, Bolsonaro permanece com uma ideia fixa de priorizar a economia em detrimento da saúde. Ontem, ele substituiu o Ministro da Saúde Luíz Henrique Mandetta pelo Oncologista Nelson Teich. Sem nenhuma experiência em saúde pública, no seu primeiro discurso ao lado do presidente, o novo ministro declarou estar alinhado à Bolsonaro. O que isso quer dizer? Ainda saberemos.
O fato é que Bolsonaro só não usou sua caneta – como ele mesmo disse em entrevista à Jovem Pan – não por considerar as equipes técnicas que compõem o Ministério da Saúde, mas por um impedimento judicial.
O Supremo Tribunal Federal (STF), por unanimidade, decidiu que os Estados e Municípios têm autonomia para determinar o isolamento social em meio à crise do coronavírus. Essa é mais uma derrota imposta ao presidente, que manifestou desejo de ampliar os serviços essenciais, garantindo a abertura dos comércios em todo o território nacional. Ocorre que a decisão do STF é clara e define que os entes federados podem definir quais são os seus serviços essenciais.
Bolsonaro defende a volta das atividades comerciais e também em escolas, indo na contramão das orientações da Organização Mundial da Saúde, com a justificativa da retomada econômica e a preservação de empregos, que em um ano e quatro meses de governo, vem fracassando em garantir.
O presidente precisa comprometer-se com a saúde e a vida dos brasileiros, ou deixar o cargo. O Brasil não tem mais tempo e pode se aproximar das tragédias europeias e, também, da que varre o norte da América.
Veja no link as restrições que estão impedindo Bolsonaro de promover uma carnificina no Brasil.
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/04/bolsonaro-troca-ministro-mas-segue-impedido-de-reverter-acoes-de-governadores-e-prefeitos.shtml?utm_campaign=a_nexo&utm_source=newsletter