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“Defesa e acusação batem boca no início do julgamento de acusado de matar Dorothy Stang”

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Começou às 8h, como previsto, o julgamento do pecuarista Regivaldo Pereira Galvão, acusado de mandar matar a missionária norte-americana Dorothy Stang. No plenário, a sessão é acompanhada por representantes do Conselho Nacional de Direitos Humanos, da Embaixada americana, do pré-candidato à Presidência da República pelo PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, dentre outros.

Nesta primeira fase serão ouvidas as testemunhas de acusação e de defesa. O início da sessão foi marcado por um bate-boca entre defesa e acusação, gerado pela presença da presidente do Conselho Federal dos Direitos Humanos da OAB, Mary Cohen.

O advogado de defesa, Jânio Siqueira, pediu que a advogada saísse da mesa, alegando constrangimento ao réu. O mal estar fez com que outros convidados do juiz, Plínio de Arruda e o procurador da República Felício Pontes Junior também decidissem sair. O pedido de Jânio foi feito logo após o juiz negar pedido de Regivaldo para que ficasse ao lado de seus advogados durante o julgamento, e não de costas para o júri. O juiz Raimundo Flexa justificou que se Regivaldo ficasse em posição que pudesse encarar os jurados, poderia constrangê-los.
 
Por decisão do juiz, o réu também não pôde receber papel e canetas, como queriam seus advogados, para fazer anotações durante a sessão. Ele entendeu que ele terá todo o tempo para fazer sua defesa quando chegar o momento de falar.
 
Fora do plenário, Plínio de Arruda Sampaio disse que, como ex-constituinte, sabe que o confronto visual entre o réu e os jurados poderia afetar o resultado do julgamento. Para ele, a condenação de Regivaldo funcionaria justamente para fortalecer denúncias de ameaças feitas por latifundiários. A representante da Embaixada Americana, Chystinne Serrão, que também assistiu ao julgamento de Vitalmiro Bastos (condenado também como mandante do crime), disse que cumpre função de observadora e que relatará suas observações à Embaixada.
 
A mesma função cumpre o presidente do Conselho Nacional dos Direitos Humanos, Fernando Mattos. A entidade interinstitucional vê o assassinato como ameaça aos direitos humanos. No plenário, mais da metade das cadeiras é ocupada por representantes de movimentos sociais que pedem a condenação de Regivaldo. A outra parte é ocupada por familiares e amigos de Regivaldo. Do lado de fora do plenário, microfones e carro som são usados pelos dois grupos para alardear a culpa e a inocência do réu.
 

Fonte: UOL Notícias

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