As últimas semanas do processo eleitoral no país estão sendo marcadas por manifestações contra o candidato à presidência de extrema direita Jair Bolsonaro (PSL). Encampadas por mulheres de todo o Brasil, as mobilizações iniciaram virtualmente, através do Facebook, com a criação de um grupo chamado “Mulheres unidas contra Bolsonaro”. O grupo surgiu no início do mês de setembro e, rapidamente, ultrapassou os dois milhões de participantes. A ação virtual culminou na organização de atos, que estão sendo chamados para o próximo dia 29 de setembro (sábado), em mais de 50 cidades brasileiras.
Ao mesmo tempo que lidera as pesquisas de intenções de votos, Jair Bolsonaro também é o candidato com maior índice de rejeição. Conhecido por suas ideias agressivas, defesa do período da ditadura militar e por seus discursos de ódio contra mulheres, homossexuais, negras e negros, populações indígenas e quilombolas, Bolsonaro se apresenta como o candidato da mudança, mas representa e inflama setores da sociedade conservadores, reacionários, machistas, racistas e que flertam com o fascismo.
Mais do que pregar discursos de ódio contra minorias, o candidato se compromete também com a retirada de direitos do conjunto da classe trabalhadora. Foi a favor da reforma trabalhista, da Emenda Constitucional 55 – que congelou, por 20 anos, os investimentos em saúde, educação e outros serviços públicos fundamentais –, é a favor da reforma da previdência, declara que não tem compromisso com o combate a desigualdade salarial entre homens e mulheres, é a favor da proibição das discussões de gênero nas escolas. Em entrevista, chegou a dizer que o povo deveria escolher entre ter direitos ou ter emprego.
A organização de mulheres contra Bolsonaro se coloca em oposição ao conjunto de ideias e a política defendidas e propagadas pelo presidenciável. Em Porto Alegre, o ato também está marcado para o dia 29 de setembro, a partir das 15h, no Parque da Redenção. No Facebook, já são mais de 40 mil pessoas confirmadas. A intenção é expressar nas ruas a mobilização iniciada nas redes sociais, dizer não à retirada de direitos e ao avanço da extrema direita violenta e comprometida com o aprofundamento das desigualdades do país.
O momento é de instabilidade política e econômica no Brasil. A população em geral e sobretudo a classe trabalhadora são as mais atingidas pelos sucessivos ataques dos governos e pagam um preço alto pela crise. No entanto, a saída para os problemas não está nas mãos de Bolsonaro e de nenhum projeto político comprometido com o retrocesso de ideias e direitos, que se alia e governa para as grandes empresas e para os mais ricos.
No dia 29 de setembro, todas e todos às ruas para dizer que #elenão!