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Dez milhões de trabalhadores pararam em greve geral na Espanha.

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Segundo o membro licenciado da CSP-CONLUTAS, presente nas manifestações em Madri, na Espanha, Dirceu Travesso, Didi, cerca de 80% do comércio da região central estavam com as portas fechadas. Fábricas e os transportes públicos também pararam. “A paralisação é grande e forte nas fábricas metalúrgicas, particularmente nas montadoras, cordões industriais, além de setores de limpeza pública. Aqui em Madri só o metrô funcionou normalmente, mas quem utiliza os trens da região leva cerca de 50 minutos esperando nas estações. Os motoristas de ônibus também paralisaram”, informa Didi.

No final da tarde aconteceram duas manifestações em Madri. Uma das Comissões Obreras (CCOO) e da UGT, na Praça Porta do Sol, e a dos setores de esquerda, CGT, COBAS, Sindicato dos Ferroviários e outros na estação central de trens, Attocha.

Barcelona – O membro da CSP-CONLUTAS Sebastião Carlos, Cacau, acompanhou as mobilizações em Barcelona, outra cidade da Espanha, e também lá, a greve foi muito forte. Cacau informa que setores industriais paralisaram suas atividades. “A fábrica da italiana Magnetti Marelli, em Sabadell, parou desde terça-feira, às 22h”, ressalta.

Os trabalhadores do transportes também paralisaram e funcionaram apenas pela manhã no horário de maior fluxo, das 6h às 9h30, o chamado serviço mínimo, previsto em lei foi negociado pelos sindicatos (25% no metrô e no transporte rodoviário).

Além disso, Cacau acompanhou a paralisação da TMB (Transportes Metropolitanos de Barcelona) que começou ainda na madrugada. “O ódio à UGT e às Comissiones Obreras [centrais sindicais com posicionamento político mais à direita] é algo incrível. Estas centrais foram ao piquete pra controlar a saída do efetivo mínimo e eram vaiadas pelos demais setores, que faziam piadas num megafone”, comenta, salientando ainda, que os representantes das centrais mesmo sendo os setores majoritários do movimento sindical no Estado Espanhol, nada faziam. Depois Cacau complementa: “Os demais trabalhadores não compareceram ao trabalho e foi tudo tranqüilo”.

Em Barcelona, o membro da CSP-CONLUTAS acompanhou também um piquete de bairro, na região de Santo Andrés onde 90% do comércio e dos bancos se encontravam fechados. Segundo o companheiro, as poucas lojas eram fechadas pelos manifestantes. “Durante 4 horas cerca de 200 manifestantes circularam pelas principais ruas da região agitando a greve e parando o pouco que funcionava. Isso se repetiu em várias localidades. É uma greve geral mesmo”, informa impressionado com a forte adesão ao movimento.

Às 18 horas ocorreu uma manifestação centralizada na Praça Catalunha, no centro da cidade de Barcelona. Segundo Cacau, as informações que chegavam eram de que no centro de Barcelona havia grandes piquetes nas ruas principais e saídas do metrô. “Houve algumas escaramuças com a polícia, mas nada que impedisse a continuidade do piquete de convencimento, como chamam por aqui”, diz.

Greve geral atinge outros países

O ministro do Trabalho da Espanha, Celestino Corbacho, admitiu a existência da greve na Espanha. Ele contestou os índices, mas apresentou estimativas da madrugada, alegando não ter os dados do meio dia. Muito defensivo, evitou atacar as centrais, que são aliadas do governo socialista (PSOE) de Zapatero.

Segundo os sindicalistas, cerca de 70% da força de trabalho do Estado Espanhol está parada. A grande imprensa noticia que o consumo de energia elétrica é equivalente ao consumido nos domingos, o que confirma a adesão dos setores industriais.

O secretário geral da central UGT, Cándido Méndes, e o secretário da CCOO, Ignácio Fernandez Toxo, em entrevista coletiva informaram que, além da Espanha, estão ocorrendo manifestações em outros países e destacaram a manifestação de Bruxelas, capital da Bélgica, que ocorreria, simultaneamente à reunião do Conselho Europeu. Também participaram da entrevista coletiva, divulgada por diversos veículos da grande imprensa, um dirigente da DGB (Alemanha) e outro da Federação Sindical Internacional – FSI.

Ainda segundo informações da grande imprensa, a greve na Espanha coincide com protestos em Atenas e outras cidades européias. Cinquenta sindicatos, representando 30 países, juntaram-se em Bruxelas, num protesto contra as medidas dos governo europeus, organizado pela Confederação Européia de Sindicatos (CES). Ainda ocorrem ações paralelas em outros países como Portugal, Itália, França, Lituânia, Chipre, Sérvia, Polônia, Finlândia e Irlanda.

 

Depois de Madrid, no País Basco, os sindicatos iniciaram esta terça-feira uma greve geral de 24 horas.

No centro dos protestos estão as medidas de austeridade impostas pelo governo, em particular a redução salarial de 5% no sector dos serviços públicos.

“Perante as novas reformas laborais, a resposta das ruas é vital. Nós, os trabalhadores, temos que nos opor a este tipo de medidas. São sempre as mesmas pessoas a pagarem e temos que reagir”, disse uma manifestante em Bilbao.

Nas ruas da capital económica do País Basco, o descontentamento é geral e tiveram lugar alguns confrontos violentos entre os manifestantes e a polícia.

Entretanto, em Madrid decorre o segundo dia da greve do metro.

Segundo uma porta-voz da organização, ao contrário de segunda-feira, esta terça-feira nenhuma das linhas se encontra em funcionamento. De acordo com a lei espanhola, os trabalhadores têm que garantir níveis mínimos de serviço.

Trata-se da primeira vez em duas décadas que os trabalhadores optam por uma interrupção total dos serviços.

Cerca de dois milhões de pessoas, utilizam o metro de Madrid todos os dias.

Segundo o governo as medidas de austeridade impostas têm como objectivo reduzir o défice orçamental que atingiu os 11.2% no ano passado.

Para o governo socialista, o objectivo é poupar cerca de 15 mil milhões de euros.

 

Fonte: Conlutas/Euronews

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