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FUGAST: funcionários da Saúde parados exigem respeito dos governos

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A Praça da Matriz, no centro da capital gaúcha, amanheceu nessa quinta-feira (17), sob manifestação dos trabalhadores terceirizados pela Fundação Riograndense de Gastroenterologia (FUGAST) nos hospitais e órgãos de saúde do Estado. O ato deu continuidade à paralisação dos funcionários, a qual iniciou noite anterior. Apenas 30% deles mantiveram as atividades no setor da saúde; e o serviço de transplante do Estado teve a rotina suspensa, pois os motoristas também são contratados pela Fundação.
 
Pelo fim da manhã, os manifestantes se reuniram na Assembléia Legislativa com o deputado João Fischer (PP), que declarou apoio à causa dos trabalhadores. O Sindisprev e a Comissão dos Trabalhadores da Fugast devem encaminhar uma Audiência Pública para reforçar a urgência da pauta.
 
A greve reivindica um prazo maior na “devolução” dos trabalhadores à Fugast, visto que ela implica a demissão dos mesmos, além do prejuízo no atendimento à população nas casas de saúde de Porto Alegre. Outro ponto levantado é a crise econômica e social que será acarretada, devido grande parte dos funcionários possuir idade acima dos 40 anos, fora do perfil exigido pelo mercado de trabalho; e a restrição do número de empregos disponíveis na área de qualificação deles.
 
O efeito dominó provocado pela medida do Supremo Tribunal Federal (STF) na demissão dos 500 trabalhadores da Fugast também foi ponderado. Segundo o arquiteto da Secretaria de Saúde, contratado pela Fundação, Ednezer Flores, a “devolução” dos trabalhadores resulta em uma crise financeira de cerca de três mil pessoas sem salário, pois produz impacto estrondoso na renda familiar. Para ele o processo de substituição dos trabalhadores contratados via Fugast nos hospitais é um desrespeito à classe, porque “a substituição é feita para se pagar um subsalário, não respeitando o processo de contratação. Isso, também, traz um prejuízo na qualidade dos serviços, pois a demanda é grande, e não se tem tempo suficiente de treinamento para repor os antigos funcionários”, ressalta o arquiteto.
 
Conforme o técnico em enfermagem José Paulo Monteiro, somente no Hospital Presidente Vargas, referência em maternidade na capital, 30% dos servidores são contratados pela Fugast; 100% dos professores da residência médica também são da Fundação; e 80% dos cirurgiões pediátricos foram admitidos pela mesma. Ou seja: Com a demissão desses trabalhadores, o hospital reduzirá a qualidade e o atendimento à população; perderá a referência no quadro da maternidade e pediatria; as aulas de residência médica serão paralisadas; 500 pessoas ficarão desempregadas; e a população da região metropolitana sofrerá com os problemas de acesso ao direito à saúde e consultas médicas, no Hospital Presidente Vargas.
 
 As atividades da paralisação dos funcionários terão continuidade na tarde desta quinta-feira, com vigília na Praça da Matriz e, às 18h, Assembléia no auditório do Sindisprev. Os manifestantes, ainda, participarão de reunião com o Ministério Público e com o Conselho Estadual de Saúde para pedir uma extensão no tempo da “devolução” dos trabalhadores à Fugast.

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