Em mais um capítulo do descaso com o servidor público, o governo anunciou, na reunião da Mesa da Negociação Permanente desta terça-feira (29), o montante de 1,5 bilhão de reais destinados ao reajuste salarial para a categoria no orçamento do ano que vem. A quantia representa ínfimos 1% de reposição linear com relação ao período, e a proposta é uma afronta aos trabalhadores, já tanto tempo sem reajuste.
O anúncio feito por representantes do governo soa como um deboche aos servidores, simbolizando uma falta de compromisso com uma categoria essencial à garantia de direitos e à cidadania do país. Cabe destacar que a alegação de falta de recursos não procede, considerando os 364,22 bilhões destinados ao agronegócio (grandes e médios produtores rurais) e o 1,5 bilhão repassado a montadoras em um programa feito apenas para, na prática, os fabricantes liberarem mais carros.
Nesse contexto de despesas, o gesto do governo é inaceitável, especialmente vindo de quem alega ter compromisso com os trabalhadores! O último Boletim Focus do Banco Central estima uma inflação de 4,9% em 2023, portanto, a proposta do governo mal cobre 1 ⁄ 5 da inflação deste ano. Os servidores devem ir à luta contra esse acinte.
É hora de mobilização! Não é possível assistir ao desmonte do serviço público, com ataque aos servidores, de forma passiva. Esses 7 anos sem uma recomposição salarial nos colocaram com perdas superiores a 50% de nossos salários (mesmo com os 9% liberados esse ano). Não podemos aceitar o desdém com o qual o governo nos trata: o caminho da luta, caso o governo não negocie com respeito, é a greve! Só com união alcançaremos nossos objetivos.