A Organização Mundial da Saúde (OMS) admitiu ontem que falhou na gerência da crise envolvendo a gripe A. No primeiro dia de reuniões em Genebra, na Suíça, sobre as novas formas de lidar com a doença, o Brasil sugeriu que haja novos critérios para estabelecer a severidade das pandemias e um outro método para os países lidarem com surtos.
Após acusada de ter sido influenciada pelo setor farmacêutico e de ter criado pânico desnecessário, a OMS tenta restabelecer sua credibilidade – e prometeu que fará uma reavaliação de suas ações.
De acordo com a entidade, o resultado do impacto da doença no mundo somente poderá ser avaliado dois anos após o final do surto. Uma das poucas certezas é de que os jovens estão entre os mais afetados pelo vírus. Até agora, 17,7 mil pessoas teriam morrido em decorrência da gripe A no mundo. O número de infectados é incerto.
Fonte: Correio do Povo
OMS admite falhas em alerta sobre a gripe A
Pela primeira vez, a Organização Mundial da Saúde (OMS) admitiu que errou ao lidar com a crise envolvendo a gripe A. Um ano após o surgimento da primeira pandemia de influenza em quatro décadas, a entidade iniciou uma reavaliação completa das ações em casos futuros.
Criticada por supostamente ter sido influenciada pelo setor farmacêutico e por ter criado pânico desnecessário ao declarar a pandemia, a OMS tenta restabelecer sua credibilidade.
Ontem, no primeiro dia de reuniões em Genebra (Suíça), o Brasil deu o tom nos debates ao sugerir que a OMS redefina critérios para estabelecer a severidade de futuras pandemias e o impacto das medidas adotadas pelos países para administrar surtos.
A diretora da entidade, Margaret Chan, prometeu uma reavaliação “independente e transparente” das ações da OMS:
– Queremos saber o que ocorreu de errado e por quê.
O principal problema enfrentado pela entidade foi o fato de ter declarado uma pandemia e um alerta máximo sobre uma doença que estaria matando menos do que a gripe sazonal.
Na Europa, milhões de doses de vacinas compradas pelos governos se acumularam nos estoques. A OMS iniciou um trabalho com um grupo de 29 especialistas de todo o mundo para revisar a forma de lidar com pandemias. Cada um dos participantes, porém, assinou um termo de confidencialidade com a entidade. Entre os especialistas está o brasileiro Eduardo Hage, diretor da Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde.
A revisão |
– Hoje, 17,7 mil pessoas teriam morrido de gripe A no mundo. Mas ninguém sabe quantos são os casos de pessoas que foram contaminadas |
– O processo de revisão deverá levar um ano e poderá obrigar a OMS a adotar novos critérios para declarar uma pandemia. |
– A OMS admite que o sistema de fases da pandemia – uma escala de 1 a 6 – gerou confusão, principalmente diante do fato de que a gripe não era tão letal como parecia |
Fonte: Zero Hora