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Lula diz que não vai ter aumento para os servidores. Mas garante pagamento das tabelas negocidas em 2008

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A paciência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os servidores públicos em greve parece ter chegado ao fim. No início da noite de desta segunda-feira, o presidente convocou ministros e dirigentes de autarquias e empresas públicas qu e aderiram à paralisação para cobrar explicações sobre o motivo de tantas reivindicações. O chefe de Estado também estaria irritado com a notícia de que alguns funcionários de alto escalão desses órgãos estariam incentivando as ações e mandou um recado claro para as autoridades presentes no encontro: em 2010, não há qualquer previsão de reajuste salarial.

O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, reportou a situação ao presidente Lula e, depois da reunião no Centro Cultural Banco do Brasil, afirmou, em entrevista coletiva, que o governo federal está questionando a legalidade das paralisações — a greve do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por exemplo, foi considerada ilegal pela Justiça (leia mais sobre esse assunto na página 17). Além disso, os gestores de cada área estão autorizados a controlar a frequência dos servidores e, em caso de falta, descontar os dias não trabalhados.

“O presidente Lula foi bem direto e avisou a ministros e dirigentes que não se envolvessem ou assumissem as reivindicações dos servidores porque os membros do governo não são sindicalistas. Todos foram orientados a serem sinceros com os trabalhadores porque não seremos irresponsáveis nessa reta final de gestão por dois motivos muito simples: não temos orçamento para isso e, em julho próximo, precisamos pagar os reajustes votados anteriormente”, explicou o ministro.

Paulo Bernardo revelou, ainda, que o presidente da República criticou duramente a postura de alguns integrantes do governo que, aproveitando o período eleitoral, co stumam apoiar greves dentro do próprio órgão onde trabalham. “Esse tipo de iniciativa nos deixa em situação complicada, além de não resolver os problemas dos servidores”, completou Bernardo.

Área ambiental

Quando questionado sobre que área em greve preocupava mais o presidente Lula, o ministro Paulo Bernardo lembrou a paralisação do Ibama, em greve desde 12 de abril. “Já descontamos sete dias no mês passado e, se for necessário, vamos continuar descontando em maio”, lembrou. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, em entrevista publicada recentemente no Correio, destacou que o órgão ambiental precisa se modernizar e, antes de discutir ajustes salariais com os analistas do Instituto, precisa planejar a restruturação da carreira na entidade.

O discurso da chefe da pasta se manteve depois da reunião de ontem. “O presidente lamentou a greve, mas foi firme quanto ao desdobramento dela. Eu estou autorizada a discutir a restruturação da carreira dos analistas ambientais, mas ele deixou bem claro que não haverá aumento nos salários, até porque a categoria teve ganhos nos últimos tempos”, ponderou a ministra.

Fonte: Igor Silveira / Correio Braziliense

 

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