O governo se enrolou desde o início e Lula será derrotado no confronto com o Congresso em torno da Medida Provisória que fixa o aumento dos aposentados que ganham acima de um salário mínimo.
Desde janeiro vigora aumento de 6,14% oferecido pelo governo. O Congresso propõe 7,7%. O governo admite 7%, mas não tem maioria para aprovar essa contraproposta.
A frase "desde o início" não é força de expressão. O erro original foi entregar a relatoria da MP ao deputado Cândido Vaccarezza, líder do governo. A derrota do relator passou a ser a derrota do governo.
O porcentual de 0,7% que mantém o conflito representa um impacto fiscal de, aproximadamente, 500 milhões de reais/ano.
É muito? Não parece. A elevação de 0,75% na taxa de juros tem um efeito de cerca de 7 bilhões de reais anuais na dívida interna que anda na casa de 1 trilhão de reais.
Todo o discurso oficial se sustenta na ameaça de que a Previdência vai quebrar. Não é verdade, mas virou dogma. Dogma tão forte quanto o da virgindade de Maria. A Previdência urbana (excluídas a rural e a do funcionalismo público) vai bem. Melhor ainda com a arrecadação propiciada por 12 milhões de empregos formais criados por Lula.
Fonte: Maurício Dias / Carta Capital