Em meio à série de embates entre Bolsonaro e Mandetta esta semana, o ministro da Saúde ameaçado de demissão passa a adotar política próxima à do presidente, em defesa da flexibilização do isolamento social. Na contramão da Organização Mundial da Saúde e de outros países, a partir do dia 13 de abril os estados onde o número de casos confirmados não tenha impactado em mais de 50% da capacidade do sistema de saúde existente antes da pandemia, adotarão o “isolamento social seletivo”. Ou seja, os brasileiros serão novamente obrigados a trabalhar, enquanto o grupo de risco ficará em isolamento – o que, evidentemente, não garante que não terão contato com pessoas que precisarão circular nas ruas e poderão estar contaminadas. É possível prever a dimensão de tamanha irresponsabilidade do poder público frente ao coronavírus no Brasil, visto as particularidades do nosso país subdesenvolvido, absolutamente desigual, com moradias precárias e saneamento básico deficitário, com um serviço público sendo desmantelado e com restrição de recursos para áreas sociais. Estão negligenciando vidas, e operando uma política de morte, principalmente à população que já está marginalizada e negligenciada. Não podemos aceitar e não podemos confiar! É dever do Estado garantir a subsistência e dignidade da população nesse momento!
Veja o boletim epidemiológico do ministério: https://abrilexame.files.wordpress.com/2020/04/2020-04-06-be7-boletim-especial-do-coe-atualizacao-da-avaliacao-de-risco.pdf