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Mulher, mãe, trabalhadora: A Resistência é todo dia!

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    Numa sociedade tão patriarcal e misógina, como a brasileira, ser mulher se torna algo bastante difícil. As diferenças salariais e de acesso entre homens e mulheres, a constante coisificação e hiperssexualização dos corpos femininos, ser alvo de violência estrutural, institucional e, muitas vezes, familiar são questões que representam pauta de luta e enfrentamento.

    Ser mulher, mãe e trabalhadora é uma multitarefa exaustiva que evidencia as incompatibilidades dessa sociedade com as nossas vidas e com as demais questões cotidianas. Longe de ser reduzida apenas a uma comemoração comercial de um dia no ano, ser mãe é todo dia e sem intervalos e, apesar de ser uma rotina composta de muitos afetos, esta também esconde muitos sacrifícios, privações e violações.

    As mulheres são os pilares de sustentação de uma sociedade e da força de trabalho, sobretudo nas atividades que englobam o cuidado humano, como é o caso do campo da saúde, da educação, entre outras atribuições historicamente atribuídas às mulheres. No que diz respeito à categoria de trabalhadoras federais no Rio Grande do Sul vemos uma intensa precarização das condições laborais, independentemente do órgão em que as trabalhadoras se encontram lotadas. Antes já vivenciávamos ataques do governo, agudizados agora na pandemia, e que afetam diretamente nas jornadas e nas condições concretas da vida.

    Em momentos como os que estamos vivendo, essas contradições se explicitam mais ainda. As trabalhadoras da categoria que são mães se veem numa grande encruzilhada no que diz respeito à garantia de uma rotina saudável e segura para si e suas famílias ou a garantia de suas atribuições enquanto trabalhadoras. O equilíbrio entre estas atividades se mostra como sendo quase impossível, se levarmos em consideração que mesmo nas casas em que há um companheiro, as tarefas domésticas ainda se sobressaem como sendo responsabilidades de vida das mulheres.

    As servidoras da saúde, em especial, sofrem com o risco permanente de infecção do Covid-19 por estarem atuando diretamente no enfrentamento da pandemia e com a consequente privação de contato com familiares por poder ser vetor de transmissão do vírus (isso, por óbvio, sem descolar todas as suas demandas domésticas e de mãe).

   As servidoras do INSS e demais espaços que exigem atribuições administrativas, como o antigo MTE, têm de lidar com metas abusivas não condizentes com a realidade do trabalho remoto, além de um aumento real de suas jornadas – uma vez que estando à disposição em casa, o expediente não se encerra com o cumprimento das horas de contratação – sem acompanhar um aumento salarial. Como se isso não fosse o suficiente, o resultado das duplas e triplas jornadas é ver muitas colegas trabalhadoras sofrendo com assédio periódico, roubo de tarefas, falta de ambiente ergonomicamente saudável e aparato técnico necessário para trabalho, incerteza sobre o porvir e consecutivamente esgotamento físico e mental.

    Se você tem se sentido cansada, sobrecarregada e com problemas relacionados ao trabalho, saiba que você não está sozinha, converse conosco. A Secretaria de Saúde do Trabalhador (SST) do SINDISPREV/RS se coloca como um importante instrumento a ser utilizado pelas mães trabalhadoras da categoria a fim de garantir qualidade de vida na jornada e para além desta. Exatamente por tudo o que foi exposto, mais do que saudar em apenas um dia do ano as servidoras federais que são mães, reafirmamos a necessidade de construção de uma luta coletiva que vise a melhores condições de trabalho e de vida para as mães e seus filhos, pois entendemos que só assim honramos verdadeiramente a vida e a história de tão batalhadoras mulheres que, apesar de todos os ataques e hostilidades impostos por essa sociedade, existem e resistem.

    Feliz (todo) dia das mães!

Contatos SST: sst@sindisprevrs.org.br // 51 98425 6138

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