Em reunião realizada no dia cinco de junho, as Centrais Sindicais deliberaram, em unidade, a data da nova Greve Geral. No dia 30 de junho, a classe trabalhadora cruzará os braços novamente contra Temer e as reformas da Previdência e Trabalhista que o governo ilegítimo tenta aprovar. A decisão de uma nova paralisação vem no lastro da histórica e vitoriosa Greve Geral de abril, bem como da grande ocupação de Brasília no dia 24 de maio. Mais do que isso, a próxima Greve Geral se faz necessária e urgente porque mesmo diante da forte rejeição de Temer (apenas 4% da população aprova o governo), das grandes manifestações de resistência que ocorrem desde o início desse ano e das últimas denúncias de corrupção da JBS que envolvem o presidente, o governo e sua base aliada não recuam no projeto de retirada de direitos dos/as trabalhadores/as.
Mesmo diante da contrariedade de setores da sociedade e dos movimentos sociais, o texto da reforma Trabalhista, que entre outras medidas, impõe o negociado com o patrão sobre o legislado e prevê aumento da carga horária de trabalho, foi aprovado na câmara no dia 26 de abril e seguiu para tramitação no Senado. No dia seis de junho, já com o processo de greve geral em andamento, o relatório da reforma Trabalhista foi aprovado na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. A segunda etapa foi a leitura do texto na Comissão de Assuntos Sociais que, no dia 20 de junho, rejeitou o texto por 10 votos a nove. Agora, ainda precisa passar pela Comissão de Constituição e Justiça. A perspectiva é de que a pauta seja votada pelos senadores até o dia 28 de junho.
O avanço da reforma trabalhista no Senado demonstra que o governo e os políticos da ordem estão comprometidos com a aprovação desse projeto que em nada melhora as condições de trabalho e vida da população e, claramente, tem o objetivo de diminuir o custo do trabalho no país e aumentar os investimentos e lucros dos grandes empresários. Se a reforma trabalhista for aprovada, em conjunto com a nova lei da terceirização que já está em vigor – e que prevê a terceirização irrestrita em empresas privadas e serviços públicos –, estaremos diante de um aprofundamento da precarização das condições de trabalho no Brasil. Precarização e exploração que já são realidade em um país que, por exemplo, ainda registra alto índice de trabalho infantil, com um total de 67.125 crianças, com idade entre cinco e nove anos, trabalhando no campo. Não bastasse isso, estamos diante de 14,2 milhões de desempregados no Brasil, que representam 13,7% da população economicamente ativa.
A reforma da Previdência, por sua vez, tramita na Câmara dos Deputados e seu texto já foi aprovado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, na comissão especial e aguarda para ser analisada em plenário. O governo já deixou claro que precisa aprovar essa reforma de qualquer maneira. Inclusive, diante da necessidade, aceitou negociar pontos da proposta – como a idade mínima de aposentadoria para homens e mulheres e regras para a aposentadoria rural – para garantir sua aprovação.
O governo apresenta a reforma da previdência como uma das saídas para a crise, justificando que a previdência social é deficitária e, se não for alterada, se tornará insustentável. No entanto, diversos estudos econômicos independentes desmentem esse déficit e deixam claro que a intenção de Temer e seus aliados em tornar a previdência social inacessível. A reforma da Previdência é confisco salarial e quer obrigar a população a investir em previdência privada, atendendo aos interesses do capital financeiro gerido pelos grandes bancos e fundos de pensões nacionais e internacionais.
Enterrado na lama da corrupção, comprovada após as divulgações dos áudios de Joesley Batista (dono da gigantesca JBS), Temer é sustentado apenas pelos de cima, pelos donos das grandes empresas, e não tem mais nenhuma condição de se manter no poder. Ainda assim, articula e impõe ataques aos direitos da classe trabalhadora. Consegue isso porque tem ao seu lado aliados importantes, que vão desde os políticos corruptos do PSDB até membros do poder judiciário. Aliança comprovada durante a vergonhosa votação do Tribunal Superior Eleitoral que livrou, por 4 votos a 3, a cassação da chapa Dilma-Temer. O TSE teve nas mãos todas as provas necessárias para tirar Temer do poder e não o fez. Eles estão do mesmo lado, comprometidos com o mesmo projeto.
É nesse contexto de ofensiva contra os direitos sociais e trabalhistas, crise econômica e corrupções comprovadas que estamos inseridos. E é diante disso que precisamos construir a nova greve geral do dia 30 de junho, paralisando as atividades de produção, transporte e serviços. Impulsionados pelas grandes manifestações do mês de março, pela greve geral de abril e pela ocupação de Brasília em maio, vamos mais uma vez cruzar os braços e tomar as ruas exigindo a retirada dessas reformas de tramitação, eleições diretas e gerais já e revogação da Lei da terceirização total.
Nossa única alternativa é parar o Brasil!
Para derrotar Temer!
Para barrar as reformas da Previdência e Trabalhista!
30 DE JUNHO – GREVE GERAL!