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Nota de repúdio às manifestações machistas e racistas de estuantes do Colégio Marista de Natal (RN), durante final da competição de basquete juvenil

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Um caso lamentável de manifestação racista e machista foi protagonizado por estudantes do Colégio Marista de Natal (RN). No dia 31 de outubro, após o time juvenil de basquete da instituição vencer a final da competição, disputada no Instituo Federal de Educação Campus Central Natal, contra o time do IFRN, jogadores e familiares invadiram a quadra para comemoração entoando gritos como ‘’1, 2, 3, 4, 5, mil. Queremos Bolsonaro presidente do Brasil’’, ‘’O meu pai come a sua mãe” e “A sua mãe é empregada da minha”. Em um evidente ato de preconceito de classe, jovens estudantes de uma escola de elite da cidade constrangeram e atacaram colegas da instituição pública, dando um triste exemplo dos valores e da ética propagada pelos setores conservadores e reacionários da nossa sociedade.

É preocupante que adolescentes em processo de formação social e educacional reproduzam preconceitos e discriminações que representam o que há de mais perverso na sociedade brasileira. Não podemos ter como normal que jovens apoiem a candidatura de um político que venera o regime ditatorial que arrasou o Brasil por mais de 20 anos e que, com frequência, profere discurso de ódio em veículos de imprensa e redes sociais.

Ainda mais preocupante é o caráter racista e machista dos gritos “O meu pai come a sua mãe” e “A sua mãe é empregada da minha”, ditos pelos estudantes. Diante disso, cabe o questionamento: qual é o tipo de formação a que esses jovens estão sendo expostos? Quais são os valores que estão sendo ensinados a esses adolescentes? Que tipo de pessoas estão sendo formadas para a sociedade quando se sentem a vontade para fazer piada com a profissão de trabalhadora doméstica? O que vimos foi uma cruel tentativa de ridicularização de estudantes de uma instituição pública, atacando suas condições sócio-econômicas e reforçando a desigualdade de classe que existe em nosso país.

Diante de um período de fortes ataques à classe trabalhadora do Brasil, que vê diariamente a retirada de seus direitos com a política neoliberal de Temer e seu governo, que enfrenta a maior taxa de desemprego dos últimos anos e que precisa encontrar meios de sobreviver diante do rebaixamento e precarização das condições de vida, além do avanço reacionário e da direita conservadora que, entre outras, tenta acabar com possibilidade de discussão política e história nas escolas – PL da Escola sem partido – não podemos ser compassivos com atos discriminatórios de nenhuma natureza. Muito menos vindos de jovens de escola privada, que fazem parte de uma parcela da população que constitui a elite econômica do país.

Repudiamos veementemente tais manifestações e exigimos que o Instituto dos Irmãos Maristas das Escolas tome providências e se pronuncie sobre o caso. A formação social e pedagógica desses jovens é responsabilidade, também, do Colégio Marista. Atos de racismo, discriminação de classe e machismo não podem ser tolerados.

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