Localizado na Rua Caldas Júnior, no Centro de Porto Alegre, o prédio ocupado há oito meses por famílias que não tinham condições de pagar aluguéis de cifras absurdas é, há quase 10 anos, um dos signos da especulação imobiliária presente nas grandes cidades. As 28 famílias que ocuparam e resistem no local reivindicam o direito à moradia, rechaçam os “donos” do prédio, que dizem que o espaço está avaliado em R$ 4,5 milhões, e exigem uma postura firme do governo estadual por uma reforma urbana igualitária, onde todos tenham o direito de morar, de trabalhar perto de sua residência, escolas para seus filhos, saúde, etc.
Nessa terça-feira (29), houve uma audiência de conciliação na 19ª Vara Cível onde estiveram presente os moradores, o Estado, Ministério Público e os proprietários. Não houve conciliação alguma, pois é evidente a intenção dos proprietários em manter o local no rol da especulação imobiliária. A Justiça, por sua vez, deu prazo de 60 dias para que o prédio seja desocupado. Já o Estado, que avalia que o local não vale mais do que R$ 1,5 milhão, tem o poder de decretar o local como espaço e prédio de utilidade pública, regularizando o local através de um decreto.
Ontem, em frente ao Palácio Piratini, os moradores da Saraí reivindicaram do governo a desapropriação do prédio para que seja transformado em habitação popular.