Três a cada quatro brasileiros só têm acesso ao SUS, mas metade dos leitos de UTI no Brasil estão em hospitais privados – muitos deles desocupados. É absolutamente necessária a concretização de uma fila única para internações que atenda universalmente os casos de coronavírus, cabendo ao SUS realizar sua administração de modo a agilizar e otimizar o atendimento de todos no setor privado e público.
O ministro da saúde, Nelson Teich, descartou a medida na semana passada, disse que abre mão de fazer esta determinação e que poderá, no máximo, pedir a cooperação da iniciativa privada ou contratar leitos quando a situação chegar “no limite”. Nesta segunda-feira (11), informou que os estados e municípios definirão a intensidade do isolamento social de acordo com as necessidades de cada região, e segue adiando determinar uma diretriz nacional.
Não é razoável que o SUS colapse com superlotação e pessoas percam a vida por falta de internação, enquanto há leitos ociosos nos hospitais privados. A flexibilização do isolamento social neste momento é assassina e irresponsável, ainda mais sendo de conhecimento dos governos que ela aumenta o contágio e que não há estrutura para salvar as vidas daqueles que não têm plano de saúde.
