Representantes da população da Vila Cruzeiro e do Conselho Municipal de Saúde definiram o dia 30 de abril como data para realizar uma grande mobilização pública contra a precarização e sucateamento do Posto de Saúde, o pronto-atendimento que recebe demandas de vários hospitais de Porto Alegre e que sofre, também, com a falta de profissionais, superlotações e assédio moral sobre os servidores que não se calam com a gestão desastrosa da prefeitura.
O último caso de negligência ocorreu com a líder comunitária Sônia Saraí, que teve uma parada cardíaca no dia 1º de abril. A ambulância do Samu levou mais de 30 minutos para socorrê-la na Estrada dos Alpes. Na chegada ao posto da Cruzeiro, o atendimento à militante demorou. “Casos como o da companheira Saraí, são comuns, infelizmente. Mas, de fato, há uma gama de problemas não enfrentada pelo prefeito José Fortunati, que tem de ser penalizado judicialmente por mortes que vêm sendo recorrentes nos pronto-atendimentos da Capital”, diz Joel Soares, diretor do Sindisprev-RS.
Diariamente, milhares de pessoas são atendidas no posto da Vila Cruzeiro. Como é crônico o problema da superlotação e falta de servidores, muitas pessoas da comunidade e de outros bairros da cidade deixam de ter o atendimento médico. “Pelo menos 150 pessoas voltam para a casa, depois de cinco ou seis horas de espera, sem o atendimento”, disse uma funcionária.