Dando início ao Ciclo de Encontros Regionais de Saúde do Trabalhador do SINDISPREV/RS de 2018, o primeiro encontro – regional Uruguaiana – ocorreu em Santana do Livramento, no dia 24 de março, reunindo assistentes sociais e técnicos do INSS, ANVISA, Saúde e MTE.
Após a apresentação dos participantes, das diretoras do Sindisprev/RS e da equipe técnica, os trabalhos iniciaram com uma discussão sobre a conjuntura política, as mudanças já em curso e aquelas projetadas para o serviço público e o sistema previdenciário do país. Acompanhando o cenário geral de retirada de direitos da classe trabalhadora e do desmonte das instituições públicas e das políticas de caráter sociais do Estado, as mudanças na previdência apontam para um sucateamento e maior precarização do sistema público, ao mesmo tempo em que ganham espaço as diferentes formas de privatização dos serviços, seja através de parcerias e terceirizações ou estímulos diretos à previdência privada. Direção essa que tende a se aprofundar com a reforma da previdência, por hora fora de pauta no congresso, mas que segue como prioridade na agenda de ajustes do governo.
Tais mudanças tem impactado diretamente nas carreiras e nas condições de trabalho dos servidores públicos, tema do segundo momento do encontro, onde se debateu a atual situação e os efeitos na saúde dos trabalhadores. Destacou-se o aumento de metas e a pressão para cumpri-las, chegando mesmo a casos de assédio moral, ao passo que se reduzem estruturas, pessoal, benefícios, estímulos e concursos, sobrecarregando os servidores em atuação. Outro ponto importante é a falta de dados e informações sobre o adoecimento das categorias do funcionalismo público, o que dificulta as políticas de enfrentamento e, por vezes, desresponsabilizam as instituições e invisibilizam os casos de adoecimento no trabalho.
Tema de preocupação e expectativa, o ponto seguinte a ser tratado foram as mudanças decorrentes do processo de automação e implementação das diferentes modalidades de teletrabalho. Realidade já presente em outras instituições e que, a cada dia, torna-se mais real no INSS. Ainda que a modernização seja irreversível, a forma como vem se dando foi objeto de críticas dos participantes, principalmente em virtude da insegurança quanto ao papel que os servidores terão nesse novo sistema e a falta de informações sobre que projeto está sendo implementado.
Após as discussões iniciais, os participantes se dividiram em pequenos grupos, onde, a partir de perguntas e metodologias orientadas pela secretaria de saúde do trabalhador do sindicato, aprofundou-se o debate sobre a realidade do trabalho em cada local e as expectativas futuras. Em seguida, os grupos apresentaram aos demais participantes os pontos discutidos. Temas como a precarização, a irrealidade das metas, a pressão e o assédio e a incógnita diante das mudanças futuras foram recorrentes nos grupos e sinalizam a importância de espaços em que as preocupações e anseios possam ser acolhidos.
Finalizando esse primeiro encontro do ciclo 2018, que em breve deverá ocorrer também nas demais regionais, foram levantadas estratégias de enfrentamento e perspectivas de luta da categoria, que apontaram para a necessidade de maior unidade, espaços de discussão, aproximação dos novos servidores e resistência diante do aprofundamento do desmonte do funcionalismo público e, em especial, da previdência social.
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