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Sem acordo, servidores de agências reguladoras retomam greve

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Brasília – Servidores das agências reguladoras retomarão nesta quarta-feira a greve iniciada em 30 de junho deste ano, segundo a Sinagências (Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação). A categoria suspendeu a paralisação no dia 17 para negociar com o governo, mas a falta de um acordo fará com que os trabalhadores cruzem os braços novamente.
Os funcionários querem reposição salarial, implementação de sistema remuneratório por subsídio –cargos no governo às carreiras de Estado– e criação de dois cargos federais: regulador de nível superior e técnico em regulação de nível médio.
Além disso, os servidores mais antigos, que migraram dos antigos órgãos reguladores para as agências de regulação, criadas no governo de Fernando Henrique Cardoso, querem equiparação salarial com os funcionários que entraram nos anos seguintes.
"As agências reguladoras são do Estado brasileiro e não do governo", argumentou Luiz Carlos Torres de Castilho, do comando nacional de greve.
Em junho, o governo propôs aos servidores das agências reajuste do nível médio para faixa entre R$ 4 mil a R$ 7 mil (atualmente fica entre R$ 2.400 e R$ 2.900), e do nível superior, para R$ 10 mil a R$ 15 mil. A Sinagências pede que, com o reajuste, as faixas pulem para entre R$ 7.900 a R$ 11,4 mil (nível médio) e entre R$ 12,2 mil a 18,4 mil (superior).
Importação de medicamentos – A paralisação atinge diretamente a importação de alimentos, medicamentos e de análises médicas, que dependem da liberação nos postos alfandegários por parte dos fiscais da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Castilho, que é funcionário da Anvisa, afirmou que a recomendação é para que as liberações dos casos emergenciais sejam feitas. "A gente faz o protesto com responsabilidade", disse. Apesar da trégua de cinco dias, ainda existem vários produtos esperando por liberação devido a primeira etapa da greve.
Segundo o executivo da CBDL (Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial), Carlos Gouvêa, os produtos da área médica precisam de armazenamento especial para não estragar.
"Alguns produtos devem permanecer em temperaturas entre dois e oito graus para se manterem em condições adequadas. Senão, além dos prejuízos para as empresas, podemos ter interrupção no fornecimento de produtos essenciais para hospitais e laboratórios, com risco iminente de vida para inúmeros cidadãos que deles dependem", explicou Gouvêa.

Fonte: Folha de São Paulo – Folha Online. FERNANDO ANTUNES
22/07/2008 – 16h32

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