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Sindisprev-RS entrega pauta de reinvidicações ao ministro da Saúde, em Porto Alegre

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Por Flavia Alli

O Sindisprev-RS esteve presente, na manhã desta sexta-feira, 20, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul para a mesa A Política da Saúde e o Enfrentamento ao Crack, do circuito Grandes Debates.

Na ocasião, o sindicato entregou ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, um documento com as pautas da FENASPS, o qual reivindica a reestruturação da carreira de que trata a Lei 11.784/2008; a política de saúde do trabalhador com condições reais e ideais de trabalho; jornada de 30 horas semanais sem redução salarial; e transposição dos servidores da FUNASA em servidores públicos regidos pela RJU.  

A palestra sobre a política da saúde, debatida pelo Ministro da Saúde Alexandre Padilha, e pelo Secretário Estadual da Saúde Ciro Simoni trouxe a perspectiva do usuário de Crack como responsabilidade do mesmo. O Secretário Estadual da Saúde, Ciro Simoni, afirmou que, para obter sucesso no combate ao Crack, é preciso uma “parceria com os movimentos sociais para o trabalho e cuidado”. No entanto, sabemos que os movimentos sociais, hoje, estão desarticulados, através de políticas assistencialistas desde o governo Lula, fazendo com que tais não tenham autonomia de reivindicações e lutas, por estarem atrelados ao governo. Durante a palestra, em nenhum momento o Ministro e o Secretário citaram que o uso de drogas é reflexo da sociedade em que vivemos. Sem olhar a totalidade que norteia, a campanha de enfrentamento ao Crack surge do medo à violência manifestada na tal “classe média”. Ao contrário de promover políticas que combatam a desigualdade social, e estipulando paridade e distribuição de renda, os governos estadual e federal continuam pelo viés de se manter os contrastes sociais, porém revestidos de preocupação social: Ora, pois, não se resolve o problema da exploração do homem, e para manter a “classe média” pouco menos aflita com a violência urbana, da qual “não sabe” nem de onde surge, abre-se algumas vagas em postos dos SUS para tratar os dependentes químicos.

Ao mesmo passo que o governo diz não querer criminalizar tais usuários, o mesmo implementa o PRONASCI (criado por Tarso Genro, ainda quando Ministro da Justiça, no governo Lula), o qual trata a questão do usuário de drogas a partir da perspectiva da marginalização. Pois, acredita que o consumo é "caso de polícia", penalizando, batendo e matando brasileiros que cometem o crime. O Ministro da Saúde disse, ainda, que “o setor da saúde tem papel decisivo no combate à droga”. No entanto isso não foi suficiente para a atual presidente Dilma Rousseff cortar 51 bilhões de reais na saúde e educação, além de propor  a privatização dos Hospitais Universitários (pela MP 520) para estimular as construções dos Megaeventos (Copa do Mundo e Olimpíadas), abrindo licitações e dando dinheiro para empreiteiras pagar uma dívida que não é do povo brasileiro.

Os palestrantes, também, salientaram a importância dos veículos de comunicação nesta campanha, como a RBS fez em “Crack nem pensar”. Esta, estimulada pelo deputado Mano Changes (da bancada do Partido Progressista – o mesmo da Senadora Ana Amélia Lemos, antiga jornalista da casa RBS). Porém, questionamos: Que parceria é esta? Pois, o grupo RBS é responsável historicamente por criminalizar todo e qualquer tipo de usuário de droga no sul do país, inclusive desconsiderando o contexto social e econômico que leva o individuo a praticar tal ação, fazendo um recorte burguês sobre o assunto em suas matérias/reportagens. Nesse sentido, surge outra questão: Democratização dos meios de comunicação para quem? A comunicação, hoje, está a serviço de quem no Brasil?

Outro ponto que não foi levantado no evento é a história do crack no Brasil. O Crack vem dos restos da cocaína, e esta entrou no país por volta de 1920, produzida pelo laboratório farmacêutico Merck, e vendida à alta burguesia da zona sul carioca.  As drogas se tornaram a válvula de escape de uma sociedade doente, conseqüência da desigualdade social; da exploração do trabalhador; da péssima qualidade da educação; do descaso do governo; das privatizações e retiradas de direitos inerentes à sociedade; das opressões morais, raciais, sexuais e religiosas; das mortes nas filas do SUS; da violência contra a mulher; do arrocho salarial; da fome e da miséria.  

 

 

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