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SPDM assume a gestão da UPA da Lomba do Pinheiro

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Representantes da empresa que responde processos por corrupção nos Estados de Santa Catarina e São Paulo foram recebidos sob protestos de entidades sindicais ligadas à saúde.


Foto: Mariana Pires

 

Moradora do bairro Lomba do Pinheiro, Edenise de Abreu Wiechoek ficou preocupada com o que o SindisprevRS e os sindicatos dos trabalhadores da saúde pública estavam denunciando. “Eu não sabia que eles iriam terceirizar o posto. O serviço vai ficar pior”, disse a auxiliar de serviços gerais que está grávida e faz o pré-natal na unidade de saúde. Para ela “essa é a pior decisão que Marchezan está tomando”.

Edenise não está sozinha, em uma busca simples pela internet com o nome da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), você localizará uma lista de processos contra a empresa que vai administrar a UPA. No Estado de Santa Catarina, a associação foi proibida de prestar atividades e também responde em casos de corrupção no Estado de São Paulo.

Nesta manhã, sindicatos e servidores da saúde se reuniram em frente a Unidade de Pronto Atendimento e denunciaram os planos da gestão do prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior. “O que ele promove é o sucateamento do serviço público para ganhar apoio da população e poder privatizar a saúde”, afirmou Dinara Dal Rio, diretora do SindisprevRS. E de fato, há falta de profissionais, equipamentos e insumos na UPA da Lomba, realidade que se reflete em todas as unidades de saúde da capital.

Com 63 anos de idade, dona Onivia Alves Borba acompanhava o marido que sofreu um acidente de trabalho, ele quebrou o pulso. A jornada por atendimento iniciou no HPS (Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre), onde não conseguiu atendimento porque não havia profissionais que operassem o equipamento de Raio-X. Com o sucateamento da UPA da Lomba, o marido dela não foi atendido. “Mandaram a gente ir na Restinga, somos pobres, não temos como pagar para ir de um lugar para o outro. O prefeito não respeita o povo” – A mulher chora.

 

De acordo com a diretora do SindisprevRS, Ana Lago, há outros interesses na terceirização da Unidade de Pronto Atendimento da Lomba do Pinheiro. “Marchezan irá fechar esta unidade de saúde, deixando a população desassistida. Há pressão do mercado imobiliário para comprar a área, eles pretendem construir um shopping”.

 

 

“QUEM SE SENTE ACUADO É QUEM PRECISA”

 

A dona dessa frase é uma mulher que se acostumou a ser invisível, “negra e pobre” – como se definiu – ela não quis ser fotografada, disse apenas o primeiro nome – Andressa – e expressou com pesar a notícia de que a Unidade pode fechar.

“Minha mãe é doente, tudo é muito longe. A gente que é pobre que ganha um salário mínimo pra pagar tudo, a gente depende disso aqui. É triste essa situação. Na Bom Jesus eu já dormi no chão, porque não tinha maca”. Eu interrompo e pergunto sua profissão:

 – Minha profissão? Eu sou cuidadora de idosos, mas não trabalho fora, eu cuido da minha mãe e do meu filho.

Ela se despediu e foi ao encontro da dura realidade que a esperava. Ela também não conseguiu ser atendida.

Os representantes da SPDM chegaram discretamente e entraram com a proteção de seguranças. Passaram por uma recepção cheia de pacientes que aguardavam desde às 6h da manhã a chegada de um único médico. Na mira da desastrosa gestão da SPDM ainda está o Posto da Bom Jesus.

 

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