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Superávit previdenciário não chega à mesa do aposentado e trabalhador

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Os sucessivos governos tratam a Previdência Social como um duplo sintoma para enxaqueca. Para a torcida, os políticos diagnosticam previdência como um câncer maligno. Mas, internamente, a Previdência Social é, justamente, a fonte de recursos utilizada de forma indevida para o saneamento de contas públicas e privadas. Com a população e opinião pública, o assunto ganha tamanha dramaticidade que chega-se a ter pena da classe política e raiva dos trabalhadores e aposentados. Em alguns casos, na intimidade etérea, surge uma exclamação: estes aposentados, hein!

Mas o que a maioria pouco sabe, ou nunca ouviu falar, é que a Previdência Social é uma mina de ouro para as trapalhadas orçamentárias de qualquer governo. O professor Evilásio Salvador, economista e doutor em Política Social pela Universidade de Brasília, lembrou em um artigo que o saldo da previdência em 2009 foi de R$ 21,8 bilhões. Esse valor é o montante da receita oriunda da Cofins, contribuições de empregados e empregadores, concursos públicos, trabalhadores rurais, domésticos e tantas outras fontes. Por outro lado, os números geram questionamentos inevitáveis sobre a aplicação dos recursos. Em 1997, metade dos aposentados no país recebia um salário mínimo. Hoje, são cerca de 67% sobrevivendo com o salário mínimo nacional. “É mais do que preocupante, pois mostra que a linha de pobreza do país vai estar sempre atrelada ao salário mínimo. É um sintoma de que não existe distribuição de renda real”, disse Giuseppe Finco, Diretor do SINDISPREV-RS.

De acordo com o professor Evilásio Salvador, a receita da Previdência Social brasileira, entre 2000 e 2009, alcançou o acumulado de R$ 418,4 bilhões. "O dinheiro da seguridade social vem sendo surrupiado para outros fins. "É urgente cumprir os ditames constitucionais do orçamento da seguridade social, garantindo a exclusividade de suas receitas, acabando com a Desvinculação de Receitas da União e universalizando a proteção social no Brasil", comentou Salvador na última edição da revista do Conselho dos Economistas do Rio de Janeiro.

Entre 2000 e 2007, mais de 60% do superávit da União vieram da Previdência Social, tão demonizada pelos governos. O fato de 20% dos idosos brasileiros não receberem nenhum auxílio do governo e metade da população economicamente ativa não estar dentro na previdência talvez explique o jogo de cena que coloca a Previdência Social como um vilão da política econômica de sempre praticada no Brasil.

 Foto: wordpress

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