Falta de condições e trabalho e de segurança pública colocam funcionários na “terra de ninguém” da guerra do tráfico.
Na noite de ontem, por volta de 22 horas, em mais uma noite violenta na região, um jovem de 20 anos foi assassinado na Rua Caixa Econômica, próximo ao Postão da Cruzeiro. Vários disparos foram efetuados a partir de um carro que passou pelo local e mais três jovens ficaram feridos, o autor ainda não foi identificado.
Segundo relato de funcionário, quando esse tipo de atentado acontece, os integrantes das facções feridos buscam socorro no pronto atendimento do posto. Com isso, o confronto é levado para dentro dos muros da unidade médica, pois, membros da facção rival invadem o local a fim de “finalizar” a vítima do atentado.
Já há histórico dessas invasões no posto, em um confronto anterior uma facção que havia efetuado um atentado nas imediações, invadiu o posto armada e executou o rival em meio aos pacientes e funcionários, causando terror e pânico em todos os presentes. Por isso, sem segurança adequada no local, quando ocorrem fatos como o da noite passada, o Postão é fechado a fim de preservar a vida dos funcionários e pacientes.
Esse é mais um reflexo da falta de políticas sociais e de segurança pública. É preciso uma sociedade mais inclusiva, que ofereça oportunidades aos jovens para que não caiam nas mãos do crime ao mesmo momento que se coordena uma política de segurança pública que realmente proteja os cidadãos.
Os trabalhadores e trabalhadoras do Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul precisam de um sistema de segurança que lhe garantam a mínima condição de trabalho e proteção para que novas situações como essas não se repitam.
Nos solidarizamos com as funcionárias e funcionários do Postão da Cruzeiro e repudiamos o descaso com o qual os governos de todas as esferas têm tratado os órgãos públicos e em especial a saúde nesse grave período de pandemia.