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Violência contra a mulher é tema de debate no SindisprevRS

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Nesta quinta-feira (28), a ONG Themis, que atua na área de assessoria jurídica e serviço social, debateu no SindisprevRS a ‘Banalização da violência contra a mulher: as violações invisíveis do dia a dia’.

Na abertura do evento, promovido pela Secretaria de Gênero e Combate à Discriminação Racial do SindisprevRS, Luana Pereira, Assessora Jurídica da THEMIS, lembrou o episódio envolvendo a deputada federal Maria do Rosário e o também deputado federal Jair Bolsonaro, que reagiu a uma crítica relativa à ditadura militar feita pela parlamentar, dizendo que ela “não merecia ser estuprada porque era muito feia”. O caso ocorreu em 2014, mas somente agora, em junho deste ano, o Supremo Tribunal Federal abriu duas ações penais contra Bolsonaro, por apologia ao estupro e injúria.

Em sua palestra, Luana apresentou uma série de elementos que reafirmam a "cultura do estupro" e atuam no inconsciente popular aumentando a discriminação e a misoginia: “Convivemos diariamente com situações absurdas que, por serem escancaradas, muitas vezes não nos damos conta do dano que causam. Anúncios publicitários, por exemplo, que tratam a mulher como objeto de consumo, estigmatizam e contribuem para a banalização da violência contra a mulher. E estão aí, na televisão em ‘horário nobre’, na internet, em todo lugar”, afirma Luana.

Representando a Associação Cultural e Beneficente Ilê Mulher, a professora Alexandra Castilhos apresentou os trabalhos que a instituição realiza diariamente com a missão de defender os direitos das mulheres. A ONG atua no combate à discriminação étnica e social, resgate da autoestima e apoio às pessoas em vulnerabilidade. O trabalho é voltado também contra as diversas formas de violência contra a mulher: “A violência enfrentada pelas mulheres não se restringe àquela sofrida fisicamente. A violência emocional, psicológica, moral e patrimonial, entre outras, estão presente no dia a dia de muitas delas”, destaca Alexandra.

 

Também atuando na THEMIS, a Assistente Social Maria Guaneci contou um pouco de sua experiência como Promotora Legal Popular (PLP), um projeto pautado por ideais de justiça, democracia e dignidade, que promove o acesso à justiça e a luta por equidade de gênero: “Atuar com as mulheres é a nossa missão. Mas entendemos que o trabalho deve ser estendido aos homens também, para mostrar que atitudes discriminatórias e violentas devem ser extintas da nossa sociedade”.

A Assistente Social fez um relato sobre um projeto piloto, que envolve tecnologia e redes de proteção, e está sendo desenvolvido junto à comunidade da Restinga, na zona Sul de Porto Alegre. O aplicativo para celular PLP2 é uma plataforma que auxilia mulheres em situação de violência doméstica, familiar ou sexual. Conforme Maria Guaneci: “O programa foi desenvolvido para fortalecer a rede de proteção. Ele conecta mulheres vítimas de violência com medidas protetivas expedidas pela justiça, oferecendo a elas um rápido atendimento em caso de urgência”. Quando acionado, o aplicativo ativa a rede formada pelas PLPs, Polícia e Justiça, que são previamente informadas dos endereços das mulheres em risco. O projeto, que é uma parceria da THEMIS com o GELEDÉS Instituto da Mulher Negra, ganhou o Prêmio Desafio de Impacto Social Google 2014. 

Na última parte do evento, mediado por Sônia Bonifácio e Nilza Chagas, diretoras da Secretaria de Gênero e Raça, ocorreu a apresentação do saxofonista da Brigada Militar, Clint Jeferson, em homenagem ao dia 25 de julho – Dia de Tereza de Benguela e Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha. Finalizando o encontro ocorreu a Oficina de Turbantes, coordenada por Michelle Oliveira, que apresentou seu trabalho, que é desenvolvido no estúdio Pretta Tchê, e ensinou às participantes do evento como fazer os diversos modelos estéticos para utilização do adereço.

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