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Solidariedade e justiça por Moïse Kabagambe, Durval Teófilo Filho e por todas e todos que tombam vítimas do racismo e da xenofobia no Brasil

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    Nós, da Secretaria de Gênero e Combate à Discriminação Racial do SINDISPREV/RS, vimos, através dessa nota, demonstrar nosso repúdio ao assassinato cruel e covarde de Moïse Kabagambe, refugiado congolês que vivia no Brasil, após fugir da guerra que havia em seu país. Além disso, declaramos nossa solidariedade aos familiares e amigos por tamanha perda e, junto com outros grupos da sociedade, clamamos por justiça e pelo fim da xenofobia e do racismo.

    Moïse foi cruelmente assassinado a pauladas por exigir aquilo que era seu por direito: pagamento pelos dias trabalhados. Nos é inadmissível que a situação de Moïse passe despercebida pela mídia e pelos organismos estatais que deveriam estar investigando seu assassinato, assim como prevenindo que situações como essa ocorram com ele e com tantos outros trabalhadores refugiados, principalmente aquelas e aqueles que são marcados pela pele-alvo em nossa sociedade.

     Repudiamos a demora de abertura das investigações que, na verdade, são produto da história de um país que teve em seu berço o colonialismo e a escravização do povo negro. Precisamos deturpar essa imagem que mostra o Brasil como um país receptivo a todas as crenças religiosas, cores, sexualidades e gêneros, quando, na verdade, não o é, e sabemos disso.

    Além de Moïse, também repudiamos e clamamos por justiça por Durval Teófilo Filho, assassinado ontem, 03.02, em seu próprio condomínio ao ser “confundido” com um ladrão. A “confusão”, nada mais é, que uma expressão direta do racismo, que faz com que pessoas negras não estejam seguras sequer em seus ambientes domésticos e familiares.

    O SINDISPREV/RS repudia estes delitos bárbaros e, junto a outros setores da sociedade, exige que os culpados, além de identificados, respondam pelos crimes cometidos e pelos danos irreparáveis causados à Moïse, Durval e suas respectivas redes de família e amigos. Essas atitudes criminosas escancaram o racismo incrustado em nossa sociedade, que viola e mata, em sua maioria, negros, negras e pobres, mostrando, mais uma vez, a necessidade de construção de uma luta contínua e constante contra todas as formas de preconceito étnico-racial, territorial e outros.

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